Yuri Shevchuk, lenda do rock russo, foi condenado esta terça-feira na Rússia a pagar uma multa por ter criticado a ofensiva contra a Ucrânia e o presidente Vladimir Putin durante um concerto.

Um tribunal de Ufa (centro da Rússia) declarou o cantor culpado de "ação pública destinada a desacreditar o uso das Forças Armadas russas" e impôs uma multa de 50 mil rublos (cerca de 802 euros), informou o serviço de imprensa da instância judicial em comunicado.

"Estamos a matar pessoas na Ucrânia, porquê? Os nossos jovens estão a morrer na Ucrânia, porquê?", questionou o cantor de 65 anos ao seu público num concerto em Ufa a 18 de maio, lamentando que "os jovens da Ucrânia e da Rússia" morram "por causa dos planos napoleónicos do nosso César".

Embora tenha sido multado, o Código Penal prevê penas de até cinco anos de prisão para este tipo de crime em caso de reincidência e circunstâncias agravantes.

O cantor, ausente na audiência devido a uma quarentena relacionada com a COVID-19, afirmou numa declaração escrita que sempre foi "contra a guerra, em qualquer país e em qualquer época".

Líder do grupo de rock DDT, muito famoso na dissolvida União Soviética, Shevchuk denuncia há anos a influência de Putin, chegando a questioná-lo em 2010 numa reunião exibida pela televisão.

Também foi um dos líderes de um amplo movimento de protesto na Rússia em 2011-2012, que foi reprimido pelo Kremlin.

Shevchuk começou a sua carreira na década de 1980, ganhando popularidade graças às suas canções contra o sistema.

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