Nesta terceira edição, o júri escolheu a dissertação de mestrado intitulada “Formas Coreográficas de Reflexão Histórica: Para uma Timeline a Haver. Genealogias de Dança enquanto prática artística em Portugal”.

O prémio, que reconhece e incentiva a investigação académica nas artes performativas, designadamente da dança teatral, tem o valor pecuniário de 3.000 euros e é uma iniciativa do MNTD e da Museus e Monumentos de Portugal, com o patrocínio da Fundação Millenium bcp.

O júri, constituído pelo atual e pelo anterior diretor do MNTD, Nuno Costa Moura e José Carlos Alvarez, respetivamente, pela coreógrafa Luísa Taveira, ex-diretora da Companhia Nacional de Bailado, e pelo musicólogo Rui Vieira Nery, considerou que a dissertação de Laura Rozas Letelier se destacou pela “demonstração de uma solidez teórica e de uma pertinente estrutura conceptual que refletem o domínio seguro e uma análise crítica da bibliografia contemporânea sobre a temática abordada”.

No trabalho, propõe-se “a inserção do pensamento coreográfico em práticas de curadoria e uma conceção dinâmica da organização e função do arquivo no que respeita ao registo da memória de uma arte performativa”, acrescenta o comunicado sobre a justificação do prémio para a investigadora chilena Laura Rozas Letelier, licenciada em História pela Universidade Católica do Chile, e pós-graduada em Semiótica da Arte e Cultura, em Portugal desde 2019 para realizar o mestrado em Estudos de Teatro na Universidade de Lisboa.

Foi atribuída ainda uma menção honrosa, sem valor pecuniário associado, a Marta Alves Silva, pela dissertação "Emotional Contagion: The Transformative Potential Of Performance Art".

Sobre esta dissertação, o júri considerou-a uma “proposta de uma reflexão teórica original sobre a inclusão do público na prática performativa, através de estratégias de estimulo emocional que potenciam a criatividade coletiva, fundamentada pelo estudo de caso de 'Silent Disco' (2019)”, performance do ator e encenador Alfredo Martins.

O Prémio Estudar a Dança, que celebra o espólio do MNTD, destina-se a galardoar “trabalhos académicos de excecional qualidade que contribuam para o conhecimento desta arte, estimulando o desenvolvimento de uma área disciplinar que tem sido pouco cultivada no país”, segundo o comunicado do museu.

Nos termos do regulamento, trata-se de um galardão anual que se dirige alternadamente aos trabalhos de investigação de mestrado e de doutoramento.

O prémio foi criado na sequência de uma significativa doação feita pelo investigador e ex-ministro da Cultura José Sasportes, em 2015: “Tornou a biblioteca e o arquivo deste museu no mais amplo acervo bibliográfico e documental no campo da dança teatral em Portugal, a par do notável património deste Museu relativo à evolução da dança”, recorda a entidade.

Por esta razão, o então Museu Nacional do Teatro passou a ter a designação oficial de Museu Nacional do Teatro e da Dança.

A cerimónia de entrega do prémio realiza-se na sexta-feira, às 18h00, no MNTD, com a presença das investigadoras e dos representantes das instituições promotoras do galardão.