O SAPO Mag esteve com os autores no hotel Tivoli Oriente, onde a dupla confessou que os franceses não têm uma verdadeira noção da dimensão mundial do fenómeno Astérix e citam como exemplo a morte de Albert Uderzo, ocorrida em 2020, e que não mereceu em França o destaque que obteve em outros países - Portugal incluído.

Com a conversa a decorrer enquanto Portugal jogava a sua sorte no Mundial contra Marrocos e horas antes da França entrar em campo contra a Inglaterra, sobraram ainda algumas brincadeiras a propósito de futebol...

O novo livro, de pendor mais infantil, apresenta três histórias centradas em Ideiafix, o famoso cão que acompanha as aventuras de Asterix, e o seu bando de "Irredutíveis" - todas a envolver lutas, correrias e desavenças com os cães da guarda romana, para além da gata favorita do governador da Gália, Labieno.

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Conforme apontam os autores, essa infantilização vem no seguimento dos rumos tomados pelas animações televisivas - de onde também vieram os modelos para os traços e as cores deste novo álbum. Mas, conforme reforçam, há sempre margem para múltiplas leituras.

Astérix surgiu pela primeira vez publicado em 1959, a partir da criação de Albert Uderzo e René Goscinny. Mesmo tendo como pano de fundo um aspeto muito localizado da história francesa (a invasão da Gália pelos romanos), as histórias foram atingindo uma dimensão mundial espantosa.

Bastide e Fenech, no entanto, dizem que em França não há uma verdadeira consciência da importância mundial de Astérix. Foi o caso, por exemplo, da morte de Albert Uderzo, em 2020. Mesmo tendo ocorrido na altura das restrições da COVID-19, as homenagens ao homem que comandou sozinho as publicações da personagem desde a morte de Goscinny, em 1977, foram bastante inferiores às encontradas em países como Alemanha, Espanha e Portugal. “Em França, por exemplo, nunca demos tantas entrevistas a propósito do Ideiafix como temos dado aqui”, reforçam.

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Pela primeira vez em Portugal e espantados pelo universo que a Comic Con movimenta, destacaram o desejo de conhecer Lisboa depois dos vários compromissos que tiveram. Fenech disse que vive no sul de França e, tendo vários amigos de ascendência lusitana, tinha muita curiosidade em conhecer o país.

A propósito de Portugal, cuja seleção de futebol jogava nos ecrãs espalhados pelo bar do hotel, a conversa emigra para o desporto - a apenas algumas horas de os franceses enfrentarem Inglaterra. Entre risos surgiram prognósticos (Fenech, no entanto, optou por boicotar o mundial do Qatar por “razões pessoais”) e Bastide ainda temia um face a face com Portugal nas meias-finais.

Mais curiosa é a sua visão sobre a eliminação do Brasil: “Foi mau para nós, porque se o Neymar continuasse o Mbappé teria o máximo de motivação para ganhar! Bom, ainda resta o Messi, mas não é a mesma coisa...”. (risos)

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