O anúncio foi feito ao final do dia, no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (MNAC), na inauguração da exposição Loops.Lisboa, que inclui ainda os outros dois trabalhados finalistas do Loops.Lisboa 2018: “O Guarani (direita e esquerda)”, de Letícia Larín, e “Período Azul”, de Mané.

O júri do concurso considerou que o trabalho de João Bento “constitui um inteligente e complexo exercício sobre a arqueologia dos ‘media’, em concreto sobre a histórica noção do panorama que se funde com o conceito cinematográfico de Loop”.

“Através de meios rudimentares, o artista constrói uma breve história conceptual e formal sobre a imagem em movimento e a sua natureza percetiva ao longo da história e da cultura visual”, defendeu o júri, composto por Emília Tavares (curadora do MNAC), Isabel Nogueira (historiadora e crítica de arte contemporânea) e Sandra Lischi (historiadora de arte e diretora artística da InVideo, Milano).

“O Guarani (direita e esquerda)”, de Letícia Larín, é, para o júri, uma obra que “apresenta uma forte mensagem política e simbólica, associada a um ‘loop’ de som e imagem ritualístico e performativo, que desconstrói os símbolos do nacionalismo brasileiro”.

Em relação a “Período Azul”, de Mané, o júri salientou que a obra “constrói com ironia um percurso pelos aspetos formais da história da arte e da prática artística”.

O prémio desafia os artistas a investigarem o ‘loop’ e a explorarem este mecanismo da imagem, através da linguagem do cinema e da videoarte, criando obras inéditas.

Este ano, as obras dos três artistas finalistas foram selecionadas de um total de 197 inscrições.

Em edições anteriores, venceram esta competição os trabalhos "O Retrato de Ulisses", de João Cristóvão Leitão, em 2015, "Zootrope", de Tiago Rosa-Rosso Carvalhas, em 2016, e “Delphine Aprisionada”, de Ricardo Pinto Magalhães, no ano passado.

A 16.ª edição do Festival Temps d’Images, dedicado ao cruzamento da criação artística contemporânea, decorre até domingo, apresentando sete estreias absolutas, entre espetáculos, concertos, exposições e cinema.

O festival decorre em vários espaços de Lisboa, entre os quais o Espaço Alkantara, a BLX - Biblioteca de Marvila, CAL, o Cinema Ideal, a Culturgest, o Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia (MAAT), o Palácio Pancas Palha, o Teatro do Bairro e o Teatro Ibérico.

O Temps d’Images - que teve a sua origem no coração da Europa, em 2003, no âmbito de um projeto liderado pelo ARTE, canal europeu de cultura é uma produção da Duplacena.