A defesa de Harvey Weinstein pediu esta quinta-feira (13) ao júri, composto por sete homens e cinco mulheres, durante o seu julgamento em Nova Iorque que "tenha a coragem" de absolver o ex-homem forte de Hollywood das acusações de agressão sexual e violação.

Nas alegações finais do julgamento, a advogada Donna Rotunno reclamou que o Ministério Público criou "um universo alternativo" no qual o antigo produtor de cinema abusava de aspirantes a atrizes, mas que não mostraram provas suficientes que demonstrem que ele seja culpado.

"Na sua argumentação, o homem forte [de Hollywood] é um vilão, e é muito pouco atraente a ponto de que nenhuma mulher se relacionaria com ele por vontade própria", afirmou a advogada.

Weinstein "era inocente quando caminhou através desta porta. Era inocente quando as testemunhas começaram a sentar-se naquele banco. É inocente agora, sentado aqui", defendeu Rotunno, num discurso direcionado aos 12 jurados que decidirão o futuro do produtor.

Aos 67 anos, Weinstein, caso seja declarado culpado, pode ser condenado à prisão perpétua.

Desde o último 22 de janeiro, quando o julgamento começou, seis mulheres testemunharam relatando como o ex-magnata as agrediu sexualmente, a pedido da acusação.

Ainda que Weinstein tenha sido acusado por assédio, agressão sexual ou violação por mais de 80 mulheres, Rotunno lembrou ao júri que devem considerar as acusações que estão em causa apenas durante o processo em âmbito penal, envolvendo a ex-assistente de produção Mimi Haleyi e a ex-atriz Jessica Mann.

O antigo poderoso de Hollywood responde judicialmente por alegadamente violar a atriz Jessica Mann em 2013 e por agredir sexualmente a ex-assistente de produção Mimi Haleyi em 2006.

"Peço-lhes que tomem uma decisão impopular" entre a maioria e que não se deixem intimidar ou guiados pela emoção, disse a advogada de Weinstein ao júri.

"Devem bloquear o ruído" que ronda o processo, salientou.

A defesa apresentou ao júri mensagens eletrónicas nas quais as acusadoras se dirigem a Weinstein de forma carinhosa.

"A verdade deixa provas no papel", disse Rotunno, que no passado defendeu mais de 25 homens acusados de agressão sexual.

Ao longo do processo, a defesa procurou atacar a credibilidade das acusadoras e insiste que as duas tiveram relações amigáveis com Weinstein durante vários anos após as alegadas acusações.

O produtor argumenta que todas as suas relações foram consensuais.