
O julgamento de grande notoriedade mediática de Sean "Diddy" Combs está a aproximar-se da sua reta final, com as equipas de advogados dos dois lados prontas para terminar a apresentação dos seus casos já na terça-feira.
As alegações finais devem começar provisoriamente na quinta-feira, após as quais os jurados ficarão encarregados de decidir o destino do magnata da música, que pode ser condenado à prisão perpétua se for condenado.
A 34.ª e última testemunha da acusação está atualmente no banco das testemunhas, e os advogados de defesa indicaram na segunda-feira que não planeiam convocar as suas próprias testemunhas para depor no tribunal federal de Manhattan.
Não é invulgar que as equipas de defesa optem por não apresentar um caso; a obrigação de provar a culpa recai sobre os procuradores e, a menos que os jurados decidam que é culpado, o réu tem direito à presunção de inocência.
Ao longo de sete semanas de depoimentos, os procuradores estabeleceram ligações através de uma rede de testemunhas, registos telefónicos e reservas de viagens, numa tentativa de mostrar que Combs era o grande chefe de um empreendimento composto por funcionários de elevado perfil que cometeram crimes como suborno, incêndio criminoso e sequestro para impor o seu poder e satisfazer todos os seus desejos.
A acusação afirmou que o artista e empresário traficava mulheres e homens para maratonas sexuais mergulhadas em drogas que, às vezes, duravam dias, apelidadas de "freak-offs" ou "noites de hotel".
Alguns dos eventos foram filmados, e os jurados assistiram a diversos excertos sexualmente explícitos.
Os procuradores do governo estão a fechar a sua estratégia de interrogatório oferecendo aos jurados pilhas de mensagens de texto e outros registos para análise, documentação de dezenas de "freak-offs" que, segundo eles, também mostram combinações para prostituição e tráfico.
O réu de 55 anos nega as acusações.
Sem testemunhas de defesa?
A decisão da defesa de não convocar testemunhas pode indicar que os advogados acreditam que o interrogatório das testemunhas do governo poderá ter lançado dúvidas suficientes sobre o caso contra Combs.
Também pode significar que não identificaram nenhuma testemunha que os pudesse ajudar.
Eles indicaram que planeiam apresentar algumas provas antes de encerrar o caso.
Os advogados de Combs insistiram que o que os procuradores chamaram de tráfico sexual foi consensual.
Três mulheres testemunharam com detalhes gráficos sobre abusos terríveis que variaram de sexual a físico e emocional.
A cantora Casandra Ventura, namorada de Combs durante mais de uma década, entrou com uma ação contra ele em 2023, um processo civil que foi resolvido extrajudicialmente em menos de 24 horas — mas que abriu caminho para uma enxurrada de acusações contra aquele que foi um dos mais poderosos da indústria musical.
Ela esteve entre as principais testemunhas a depor no julgamento, e os jurados assistiram repetidamente às agora infames imagens de vigilância de Combs a dar pontapés e a arrastar Ventura violentamente para dentro do quarto de um hotel.
Um segurança do hotel testemunhou que recebeu 100 mil dólares (cerca de 86 mil euros, à cotação do dia) num saco de papel pardo de Combs em troca da pertubadora cassete, divulgada pela CNN no ano passado.
Os jurados não são sequestrados fora do julgamento, mas são instruídos diariamente a não consumir nenhuma informação da imprensa sobre o caso — uma tarefa árdua, já que as notícias permearam tanto os canais de informação tradicionais como as redes sociais.
Comentários