A fusão entre o grupo de telecomunicações AT&T e a empresa de media Time Warner foi autorizada esta terça-feira por um juiz federal dos Estados Unidos.
Apesar dos esforços do Governo dos EUA para bloquear este acordo, com o argumento de que prejudica a concorrência, Richard Leon, juiz do Tribunal Federação de Columbia, deu 'luz verde' à operação, avaliada em 85 mil milhões de dólares [71 mil milhões de euros].
Segundo ele, as autoridades não deram provas suficientes que indiquem que a aliança prejudique a concorrência no mercado ou vá resultar em preços mais elevados para os consumidores.
O juiz alertou o governo que contestar o acordo através de um recurso judicial poderá causar um dano irreparável às duas companhias.
A fusão é já vista nos Estados Unidos como um ponto de viragem no setor das comunicações e dos media.
Em comunicado, a AT&T revela que o processo deverá ficar concluído antes de 20 de junho.
O advogado da AT&T Daniel Petrocelli destacou que o governo não apresentou "a menor prova" de uma potencial ameaça aos consumidores e lamentou que a ação judicial tenha atrasado a fusão.
Em reação, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indicou que esta dececionado com a decisão, que vai analisar antes de decidir os próximos passos para "preservar a competitividade em benefício dos consumidores".
A AT&T, a maior operadora de TV por cabo dos EUA e a segunda em rede móvel, anunciou a operação de fusão em outubro de 2016, considerando que o setor mudou muito nos últimos anos, sobretudo com o aparecimento de plataformas digitais como Netflix, YouTube ou Google.
A Time Warner é um grupo que conta, entre as suas empresas, com a HBO e CNN, bem como estúdios de cinema Warner Bros.
Com a Time Warner, a AT&T controlará um importante catálogo de conteúdos em áreas como o desporto, o cinema ("blockbusters" recentes como "Esquadrão Suicida") e séries televisivas ("A Guerra dos Tronos", "The Wire", "O Sexo e a Cidade" e "Os Sopranos").
Os advogados que tratam dos assuntos de concorrência no Departamento de Justiça preocupam-se com a possibilidade de os consumidores acabarem a pagar mais pelos seus espetáculos favoritos, sejam nos ecrãs de televisão, nos smartphones ou nos tabletes.
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