Na rede social Facebook, Bárbara Bulhosa afirmou que "Sou eu mais livre, então - Diário de um preso político angolano", de Luaty Beirão, foi excluído da lista de títulos que a editora propôs para venda na Festa do Avante!, que vai ter lugar de 7 a 9 de setembro, no Seixal, "com o argumento que incomodaria os camaradas do MPLA que irão à Festa".
Questionado sobre o assunto pela agência Lusa, o PCP afirmou que rejeita "operações difamatórias vindas de quem sem crédito se move pelo preconceito e o mais primário anticomunismo".
O partido esclareceu, através do gabinete de imprensa, que a “Festa do Livro” no "Avante" é da responsabilidade da editora Página a Página, "que assume os seus próprios critérios e opções editoriais, quer quanto às editoras convidadas quer quanto aos títulos à venda".
"É natural que a editora responsável observe critérios seus de qualidade e seriedade nos títulos que põe à disposição dos visitantes", afirmou o partido.
A agência Lusa tentou, sem resposta, obter mais esclarecimentos por parte da editora Página a Página, fundada em 2009 e que conta com Eugénio Rosa, José Casanova, Odete Santos, Modesto Navarro e Álvaro Cunhal entre os autores publicados.
"É uma tristeza verificar que para o PCP os presos políticos continuam a ter nacionalidade, e que os que interessam são só os nossos, durante o Estado Novo", referiu a editora no Facebook. À agência Lusa, Bárbara Bulhosa não prestou mais esclarecimentos, por estar ausente do país.
"Sou eu mais livre, então - Diário de um preso político angolano" foi publicado no final de 2016 pela Tinta-da-China e retrata os primeiros dias de prisão preventiva de Luaty Beirão, em 2015, quando foi acusado de rebelião e associação de malfeitores.
Luaty Beirão, rapper e ativista, foi uma das vozes críticas do regime angolano liderado pelo agora ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, presidente durante décadas do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
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