A nova administração de Donald Trump baniu um livro infantil semi-autobiográfico da atriz Julianne Moore.

Foi a própria vencedora do Óscar que revelou ter recebido com 'grande choque' a notícia de que “Freckleface Strawberry”, o seu primeiro livro, de 2007, foi proibido nas 161 escolas em todo o mundo geridas pelo Departamento de Defesa para os filhos dos seus funcionários civis e dos militares, um universo de quase 70 mil estudantes.

“'Freckleface Strawberry' é uma história semi-autobiográfica sobre uma menina de sete anos que não gosta das suas sardas, mas eventualmente aprende a conviver com elas quando percebe que é diferente 'como todo o mundo'. É um livro que escrevi para os meus filhos e para outras crianças para lembrá-los de que todos temos dificuldades, mas estamos unidos pela nossa humanidade e a nossa comunidade”, escreveu a atriz nas redes sociais.

Julianne Moore mostrou-se tanto mais surpreendida porque se formou no liceu americano de Frankfurt, na Alemanha, e é a filha orgulhosa de um veterano da Guerra do Vietname e do seu serviço no exército dos EUA.

A atriz acrescentou estar especialmente triste por "perceber que crianças como eu, crescendo com um dos pais no serviço e frequentando uma escola DoD, não terão acesso a um livro escrito por alguém cuja experiência de vida é tão semelhante à sua. E não posso deixar de me perguntar o que há de tão controverso neste livro ilustrado que o levou a ser banido pelo governo dos EUA".

E conclui: "Estou verdadeiramente triste e nunca pensei que veria isto num país onde a liberdade de expressão é um direito constitucional."

VEJA A MENSAGEM.

Desde que tomou posse a 20 de janeiro, a nova administração republicana tem vindo a eliminar a nível federal muitas políticas DEI (diversidade, equidade e inclusão) para “restaurar os valores da dignidade individual, do trabalho árduo e da excelência… fundamentais para a grandeza americana”.

Outros temas, como as questões trans e a imigração, também têm vindo a ser banidos.

Grandes empresas do setor privado também cancelaram ou reduziram os seus programas DEI após a ordem executiva de Trump.