O evento, cujo cartaz musical vai ‘desfilar’ a partir de hoje e até sábado, regressa à Herdade da Casa Branca, para 'carimbar' a 24.ª edição, suspensa desde a paragem forçada de dois anos, devido à pandemia de COVID-19.
Desde o passado sábado, dia de abertura do campismo, que o movimento da tribo “não pára” e, a cada minuto que passa, há sempre uma viatura a chegar ao poeirento parque de estacionamento, paredes meias com o recinto do festival, onde se assiste às habituais 'assembleias' improvisadas de pequenos grupos que tentam organizar a sua entrada.
“Esta é a primeira vez que venho a um festival deste género, mas acho que vai ser muito divertido”, disse Ricardo Dias, de 23 anos, que, depois de ter ganho “o passe”, num concurso promovido pela sua empresa, decidiu convidar um amigo e rumar desde Matosinhos até ao litoral alentejano.
Ainda assim e, apesar da “oferta”, os dois jovens, que partilharam despesas de combustível e portagens, alimentação, bebidas “e pequenos extras, desde ferragens para a segurança” das tendas, queixam-se que o valor gasto, antes mesmo do início do festival, ficou um “bocadinho puxado”.
Entre o corropio de autocarros que, diariamente, leva e traz dezenas de jovens da praia da Zambujeira do Mar, a cerca de dez quilómetros, surge um grupo animado de toalha às costas, que viajou de comboio de Vila Franca de Xira até à estação ferroviária de Santa Clara - Sabóia, e de táxi até ao festival.
“Juntámo-nos com amigos que vieram de Lisboa e estamos acampados. Desde segunda-feira que acordamos, vamos para a praia, no regresso tomamos banho, fazemos o jantar e depois a festa”, contam as amigas Joana Belchior e Beatriz Prazeres.
Sobre o recinto, os jovens admitem que “esperavam” encontrar “melhores condições” ao nível das casas de banho e higiene, “tendo em conta o valor” dos ingressos, mas garantem que o campismo “é literalmente o que esperávamos”.
Na zona do campismo, multiplicam-se os “condomínios” de dezenas de tendas, com vizinhos de diferentes idades e locais do país, e são várias as famílias que, este ano, decidiram partilhar “o espírito” festivaleiro, como a “Tribinho da Paz”, composta por mãe e irmão, filha e genro, que viajaram de Águeda em viatura própria.
“Vim ao primeiro [festival] e acho que falhei uns ao longo dos anos. Estivemos cá há três anos, quando a minha filha teve idade para vir e ela adorou. Entretanto, o namorado também disse que queria ver como está e o espírito é o mesmo”, revelou Maria Xavier sentada junto à sua mesa de campismo.
Durante estes dias “é cada um por si”, garante a chefe desta tribo, acrescentando que a sua única tarefa “é tirar os enlatados para uma taça e fazer as saladas”, cabendo o resto dos "afazeres" à filha e ao namorado, que “lavam a loiça”, estando “o lixo por conta do meu irmão”.
“À noite, cada um vai curtir, há músicas para cada género. Eu vou um bocadinho ao dela e ela vai um bocadinho ao meu”, adiantam os membros da tribo que está acampada desde domingo.
De acordo com o promotor do festival, Luís Montez, este ano, o público é mais internacional, com várias nacionalidades a sentirem-se atraídas pelo conceito do evento.
Sara, de 23 anos, é alemã e decidiu viajar para Portugal, com um grupo de amigos, para assistir a um festival que, além de ser “muito barato”, diz estar “muito bem estruturado”.
“Ao consultarmos o site do festival na Internet percebemos que está muito bem estruturado, sabemos desde o início onde é o campismo e como tudo funciona”, sublinha a jovem, referindo que “este festival, comparado com outros na Alemanha, é muito barato”.
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