O ex-secretário de Estado da Cultura irá assumir funções na próxima segunda-feira, depois de hoje ter sido nomeado pela ministra da Cultura, Graça Fonseca, que assinou um despacho em que é reconduzido Elísio Summavielle na presidência da fundação.

Contactado pela agência Lusa, Miguel Honrado disse que, com o projeto que tem sido desenvolvido nos últimos anos, no CCB, "estão reunidas as condições para continuar a trabalhar no sentido de consolidar este centro de referência no panorama cultural português, em Lisboa e [a nível] internacional".

"O CCB teve desde a sua fundação um papel importantíssimo em termos culturais, sobretudo ligado às artes performativas e às artes plásticas, e é necessário que volte a ter um papel preponderante numa organização como esta", recordou.

Miguel Honrado foi presidente do conselho de administração do Teatro Nacional D. Maria II, até 2016, de onde saiu em abril desse ano para assumir o cargo de secretário de Estado da Cultura, com Luís Filipe Castro Mendes como ministro da Cultura.

Miguel Honrado, que entrará em substituição da vogal Luísa Taveira, que sai a seu pedido, segundo a tutela, disse ainda à Lusa que "o CCB passou por bastantes vicissitudes nos últimos anos".

Miguel Honrado

"Houve uma derivação daquilo que deveria ser a sua atividade 'core' e a missão para que foi criado, mas, nestes últimos três anos, o conselho de administração fez um trabalho de recuperação desta missão. Voltou a colocar nos trilhos corretos, em meu entender, todo o percurso do centro cultural, reconduzindo-o à sua missão primeira", avaliou.

Por seu turno, Elísio Summavielle, nomeado em fevereiro de 2016 pelo então ministro da Cultura João Soares, foi reconduzido agora no cargo, à frente do CCB, tal como a vogal Isabel Cordeiro, historiadora, ex-diretora-geral do Património Cultural, de 2012 a 2014.

"É entendimento do Ministério da Cultura que a escolha de Miguel Honrado, pelo seu percurso e experiência profissional, constitui uma mais valia para o CCB", justificou hoje à Lusa o gabinete da ministra da Cultura, acrescentando que "as suas funções específicas enquanto vogal serão decididas pelo presidente do Conselho de Administração, reconduzido no cargo".

Miguel Honrado, licenciado em História pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com uma pós-graduação em Curadoria e Organização de Exposições pela Escola Superior de Belas Artes/Fundação Calouste Gulbenkian, trabalhou desde 1989 na área da produção e gestão cultural.

Interveio em projetos culturais como o Festival Europália e nas programações culturais da Exposição Universal de Sevilha 92, da Exposição Mundial de Lisboa 98 e de Lisboa Capital Europeia da Cultura, em 1994.

Esteve integrado, e depois coordenou, a equipa do Departamento de Dança do Instituto Português das Artes do Espetáculo (IPAE), entre 1999 e 2002. Foi, de 2003 a 2006, diretor artístico do Teatro Viriato, em Viseu.

Em 2007, tornou-se presidente da EGEAC, a empresa que gere os equipamentos culturais de Lisboa, e ocupava, desde 1 de janeiro de 2015, o cargo de presidente do conselho de administração do Teatro Nacional D. Maria II, até à saída para o Governo.

É, desde 2003, professor convidado da Universidade Lusófona, responsável pelo seminário de Políticas Culturais, integrado no Mestrado em Gestão Cultural, e foi, entre 2006 e 2012, professor assistente da Escola Superior de Teatro e Cinema.

Entre 2005 e 2007, presidiu à IRIS - Associação Sul Europeia para a Criação Contemporânea e é, desde 2012, membro do Conselho Consultivo do Programa Gulbenkian Educação para a Cultura e Ciência – Descobrir.