O alemão Kurt Masur, um dos grandes regentes de orquestra do mundo, morreu este sábado, 19 de dezembro, aos 88 anos.

"É com profunda tristeza que escrevo em nome da família Masur e da Filarmônica de Nova York para informar que Kurt Masur, que foi nosso diretor musical de 1991 a 2002 e mantém o título emérito, faleceu em 19 de dezembro de 2015", informou VanBesien, presidente da Filarmónica de Nova Iorque.

Nascido na Silésia a 17 de julho de 1927, Masur dirigiu algumas das maiores orquestras do mundo, principalmente a Filarmónica de Nova Iorque (1991-2002), a Orquestra Nacional da França (ONF), em Paris, e a Orquestra Filarmónica de Londres.

Masur ganhou prestígio e elogios ao transformar a Filarmónica de Nova Iorque, elevando ganhando destaque mundial com digressões que passaram por vários países.

"Os anos de Masur na Filarmónica de Nova Iorque representam uma das suas épocas douradas, na qual o fazer musical esteve infundido de compromisso e de devoção, com a crença no poder da música para unir a humanidade", disse o atual diretor musical, Alan Gilbert, em comunicado.

"As dimensões ética e moral que a sua direção trouxe ainda são palpáveis nas interpretações dos músicos, e eu, juntamente com os vários públicos da Filarmónica, temos de lhe agradecer", completou.

Masur foi aclamado depois dos atentados de 11 de Setembro, em 2001,ao  dirigir a Filarmónica com maestria, no "Um réquiem alemão", de Brahms, durante o funeral das vítimas.

O diretor também recebeu elogios pelo seu "timing" do momento histórico, em 1989, imediatamente antes da Queda do Muro de Berlim.

Então regente da Orquestra Gewandhaus, de Leipzig, e leal à Alemanha Oriental, Masur liderou um concerto transmitido por rádio em outubro daquele ano, pedindo aos manifestantes que mantivessem a calma.

As tropas não abriram fogo, e Masur continuou a apresentação, ajudando a conter a tensão com um tom não violento na reunificação da Alemanha.

Em abril de 2012, como diretor musical honorário da ONF, Masur caiu acidentalmente do palco em que comandava a orquestra do Teatro de Champs-Élysées e fraturou a omoplata.

Masur era um apaixonado pelas composições de Bach, Mendelssohn, Brahms e Beethoven.