Michel Corboz, que vivia em Lausana, morreu devido a uma paragem cardíaca, no seguimento de uma operação, de acordo com a mulher do maestro, Janine Corboz, em declarações à agência de notícias suíça Keystone-ATS, citadas por vários meios de comunicação social.
Nascido a 14 de fevereiro de 1934, Michel Corboz começou por frequentar o conservatório de Friburgo, na Suíça, onde estudou canto e composição.
Com 27 anos iniciou-se na direção musical, na mesma altura em que fundou o Ensemble Vocal de Lausana.
De acordo com informação disponível no site da Fundação Calouste Gulbenkian, onde foi maestro titular do Coro Gulbenkian entre 1969 e 2019, “as inúmeras distinções concedidas e o acolhimento entusiasta da imprensa às suas gravações das ‘Vésperas’ e do ‘Orfeo’ de Monteverdi (1965 e 1966) marcaram o início de uma longa carreira que evoluiu naturalmente, sem ambições particulares, enriquecendo-se todos os anos com uma nova obra”.
Num comunicado enviado à agência Lusa, no qual exprime “sentido pesar pelo falecimento de Michel Corboz e profunda gratidão ao maestro”, o Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian lembra, através da sua presidente, Isabel Mota, “o seu papel na afirmação internacional do Coro Gulbenkian, mas também a sua direção artística consistente, que preparou gerações sucessivas de coralistas do próprio Coro Gulbenkian”.
Isabel Mota recordou ainda as participações de Michel Corboz “nas várias temporadas de música, momentos altos como os concertos de Natal e de Páscoa em que, ano após ano, o maestro partilhou as suas leituras inspiradas das Paixões de São Mateus e São João ou das Oratórias de Natal e de Páscoa de Bach”.
O Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian lembrou ainda que Michel Corboz ocupou o lugar de maestro honorário do Coro Gulbenkian em fevereiro deste ano.
Em 2019, a Fundação assinalou a estreia do maestro com o Coro Gulbenkian, ocorrida a 17 de dezembro de 1969.
“À frente do Coro Gulbenkian, realizou um grande número de concertos e gravações, tendo assim colocado em destaque as qualidades fundamentais do agrupamento e contribuído decisivamente para a sua projeção nacional e internacional”, lê-se no comunicado.
Ao longo da carreira, Michel Corboz gravou mais de cem álbuns, muitos distinguidos com prémios internacionais.
A sua discografia inclui 37 gravações com o Coro Gulbenkian, muitas delas premiadas a nível internacional, como “Jephte”, de Carissimi (1972), “Le jugement Dernier”, de Charpentier (1979), e “Lauda Sion”, de Mendelssohn (1979), galardoadas com o Grande Prémio da Academia Charles Cros, o “Requiem”, de Mozart (1976, Prémio ‘Académie National du Disque’), “Paulus”, de Mendelssohn (1988, Prémio Berlioz 1989), e “La Danse des Morts”, de Honegger (1990, ‘Orphée d’Or’ 1991).
Com o Coro Gulbenkian, Michel Corboz fez também várias digressões internacionais pela América do Sul, Europa e Ásia.
O maestro era Comendador da Ordem das Artes e das Letras, e, em 1999, recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique.
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