Morreu Winston Groom, cujo livro "Forrest Gump" seria adaptado ao cinema e ganharia seis Óscares, incluindo a estatueta de Melhor Filme. Tinha 77 anos.
A notícia foi partilhada pela Presidente da Câmara de Fairhope, onde residia o escritor, e também pela Governadora do Estado do Alabama.
Winston Groom começou a escrever na Universidade e licenciou-se em Inglês em 1965, servindo quatro anos no Exército dos EUA, incluindo uma missão no Vietname.
Após o serviço militar, trabalhou como jornalista antes de se dedicar à escrita a tempo inteiro. Além dos romances, escreveu sobre não-ficção, nomeadamente sobre a Guerra Civil Americana (1861-1865).
O seu livro mais famoso sobre como "a vida é como uma caixa de chocolates, nunca se sabe o que se vai encontrar" foi publicado em 1986, mas o seu impacto foi ampliado com o filme de 1994 com Tom Hanks, Gary Sinise e Robin Wright.
Forrest Gump era um inocente que percebe com o coração o que o seu QI limitado não deixa saber e atravessa um tempo, entre o início dos anos 50 e o fim dos 70, em que a América começa precisamente a perder a sua inocência.
A personagem superava as desvantagens (físicas e intelectuais) para se tornar estrela de futebol, herói da Guerra do Vietname, empresário de sucesso e sensação no "ping-pong", atravessando acontecimentos históricos sem por eles ser afetado: é a história iminentemente americana do "underdog".
Apesar do sucesso internacional de ver a personagem a "contracenar" com figuras históricas, do presidente John Kennedy ao cantor John Lennon, foi nos EUA que se tornou um fenómeno cultural.
O filme chegou no momento certo por causa da nostalgia que já existia à volta desse período histórico entre os "baby boomers" nascidos após a Segunda Guerra Mundial, reforçada por uma banda sonora com as suas canções preferidas: um hino à mitologia da América, para os seus (muitos) fãs, o filme era uma história de afirmação de vida e das virtudes que se encontram nas coisas mais simples.
O impacto do filme levou Winston Groom a escrever a sequela, publicada em 1995, intitulada "Gump and Co.", mas que não teve o mesmo impacto.
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