A mostra, que estará patente no edifício IDB Lisbon, na Praça José Queirós, junto ao Parque das Nações, acontece no âmbito da programação “MUDE Fora de Portas”, que dá continuidade à atividade do museu, na Baixa de Lisboa, encerrado desde 2016 para obras.

De acordo com o MUDE, num comunicado divulgado na quarta-feira, “O Mundo vai continuar a não ser como era!” é a primeira exposição organizada a partir da coleção Carlos Rocha.

A mostra apresenta uma seleção de 650 peças daquela coleção, “que reflete a história recente de Portugal e as grandes mudanças da vida quotidiana, mostrando a importância do design na comunicação de Estado e na publicidade comercial e industrial desde o Estado Novo até ao início do século XXI”.

Com curadoria de Gonçalo Falcão, e “em respeito com o acordado com Carlos Rocha (1943-2016)”, “O Mundo vai continuar a não ser como era!” oferece uma visão geral sobre o trabalho desenvolvido por aquele designer na Agência Marca e na LETRA Design, o de seu pai, Carlos Rocha Pereira (1912-1992), e o de seu tio, José Rocha (1907-1982), no pioneiro ETP – Estúdio Técnico de Publicidade.

Na mostra, são apresentados rascunhos, esboços, artes finais, provas de impressão e trabalhos finais para cartazes, reclames informativos, tapumes, logótipos, rótulos, embalagens e folhetos, pavilhões, anúncios de imprensa, estacionário, decoração de fachadas e selos desenhados por estes três designers, entre outros exemplos.

A exposição, organizada em nove núcleos temáticos, “mostrando marcas, imagens e publicidades desenhadas para os vários setores de produção nacional”, integra ainda “trabalhos originais de vários artistas que colaboraram com o ETP”, como Fred Kradolfer, Maria Keil, Eduardo Anahory e Ofélia Marques.

“O Mundo vai continuar a não ser como era!” estará patente entre 20 de julho e 25 de novembro, de terça-feira a domingo, entre as 11h00 e as 18h00, e tem entrada gratuita.

No âmbito da programação “MUDE Fora de Portas”, é possível visitar, até 19 de setembro, na Casa do Design, em Matosinhos, a exposição “Portugal Pop. A moda em português. 1970-2020”.

O MUDE encerrou em maio de 2016, para obras de requalificação integral do edifício de oito pisos, na rua Augusta, na Baixa de Lisboa, mas continuou a atividade numa programação de exposições, dentro e fora da capital, intitulada “MUDE Fora de Portas”.

Em 2018, as obras no museu pararam, depois de terem sido anunciados atrasos, e foi dado como confirmado o fim do contrato com a construtora, por incumprimento. Posteriormente, foi feita a revisão do projeto museológico para a abertura de novo concurso, que dê continuidade às obras de remodelação, o que aconteceu durante a pandemia.

Inaugurado em 2009, com base na Coleção Francisco Capelo, o MUDE recebeu, até à data de encerramento do edifício sede, mais de 1.920.500 visitantes, apresentou 58 exposições, realizou 177 eventos e 39 edições relacionadas com o seu acervo de moda e ‘design’.

O acervo do MUDE ganhou, nos seus anos de existência, mais de 800 novas peças para incorporação, sobretudo doações na área do ‘design’ e da moda de criadores portugueses.