A edição 2016 do festival Neopop vai decorrer entre 4 e 6 de agosto com "reforço" da parceria entre a organização e a Câmara de Viana do Castelo, para evitar ser transferido para os grandes centros urbanos.

"Há aqui um reforço do apoio da Câmara que é bastante importante para realização do festival, porque os apoios das marcas tendem a pressionar-nos para movermos o festival para os grandes centros urbanos (…) Tem sido uma luta nossa mantê-lo aqui, contra essas pressões", afirmou Gustavo Pereira, da organização.

O responsável, que falava em conferência de imprensa realizada nas instalações daquela autarquia, afirmou que o objetivo da organização passa por "cada vez mais assumir Viana do Castelo como capital da música eletrónica", por reunir "todas as condições para um sucesso crescente do festival".

Gustavo Pereira apontou como exemplos de eventos internacionais de sucesso os realizados nas cidades de Amesterdão, Barcelona ou Miami.

"A música eletrónica criou um atrativo que leva, todos os anos, milhares de pessoas a esses locais, e faz com que sejam falados a nível mundial".

Já Raul Duro, também da organização do Neopop, sublinhou que a parceria com a autarquia local representa "um passo muito importante no reconhecimento, pelos responsáveis políticos da cidade, da importância que o festival já tem", e por permitir "continuar a trabalhar no crescimento sustentável, equilibrado e consistente" do festival de música eletrónica "mais importante do país", ao "receber melhor os festivaleiros, mostrando o que de melhor a região tem ao nível da gastronomia, paisagem, arquitetura, comércio tradicional e turismo".

"Toda a nossa estratégia de comunicação vai passar por estes dois fatores: A música alternativa que o festival representa e a cidade de Viana do Castelo" afirmou Raul Duro, adiantando que a 11ª edição, orçada em um milhão de euros, vai decorrer entre 4 e 6 de agosto com o lema "De Viana para o mundo".

Defendeu que a parceira com autarquia vai ajudar a ultrapassar a "principal barreira" que coloca à organização e que se prende com o alojamento.

"O Neopop nos últimos três anos esgota todo o parque hoteleiro que existe em Viana do Castelo (…) Começa a ser para nós uma barreira difícil de ultrapassar", sustentou, explicando que nos últimos três anos a organização tem alugado as residências académicas do Instituto Politécnico da cidade para fazer face à procura.

O presidente da Câmara, José Maria Costa, frisou que o apoio será ao nível das acessibilidades e do alojamento, reconhecendo a importância do evento na afirmação da cidade, "tornando-a conhecida no mundo".

Questionado pelos jornalistas sobre impacto sonoro do festival, alvo de queixas por parte dos moradores nas proximidades, José Maria Costa adiantou que esse aspeto "é sempre uma preocupação" para a autarquia, e disse existir, na organização, uma "grande sensibilidade para tentar minimizar" o ruído sublinhando, no entanto, que o evento "é importante para a afirmação da cidade".

"Não vou dizer que um festival não gera ruído. Gera este, e geram todos os que organizamos (?) Penso que vale a pena fazermos alguns sacrifícios, do ponto de pista sonoro, para termos um festival de qualidade, que e afirme a nossa cidade a nível internacional", disse.

Destacou ainda a aposta, em 2016, na "desmistificação" do festival através da realização, em alguns espaços da cidade, de sessões de pré-apresentação do festival, "no sentido de aprofundar a relação entre o evento e a população".