Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, a câmara liderada por Vítor Pereira diz a “morte de um artista iluminado, questionador e profundo, criativo e transformador como Ernesto Melo e Castro, só pode ser a metáfora de um renascer, livre e pleno, porque da sua vida e obra ficarão sempre indeléveis memórias. Na sua cidade e nos covilhanenses, inquestionavelmente”.

“A Covilhã perdeu um dos seus mais notáveis artistas: Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro. Nascido na Covilhã, pai da conhecida artista ‘Geninha’ (Eugénia) Melo e Castro, foi poeta, ensaísta, crítico e artista plástico, com destacado pioneirismo na Poesia Experimental, na Videopoesia e na Arte Tecnológica”, lê-se na mesma nota.

O município lembra ainda que E.M. de Melo e Castro foi formado em Tecnologia Têxtil em Bradford (Inglaterra) e Doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (Brasil)”, e que a sua vida, “como ele próprio referiu, ‘deu-se entre o tecido e o texto’”.

“O tecido representava-lhe ‘qualquer coisa nova e diferente que nasce: o tecido é, por isso, uma metáfora do nascimento’”,lê-se na nota.

Já a “poesia e os poetas constituíam ‘aquilo a que se vai chamando a cultura poética portuguesa, que sempre esteve ligada à liberdade’, mesmo em tempos de ditadura”.

E.M. de Melo e Castro foi pioneiro da poesia experimental portuguesa e da investigação, na área da engenharia têxtil no país, nas décadas de 1950 e 1960.

Licenciado em engenharia têxtil, mas com um percurso sempre ligado à literatura, fez doutoramento em Letras na Universidade de São Paulo.

Era um dos artistas portugueses mais acarinhados pelo público brasileiro, país onde vivia há mais de 20 anos, de acordo com reações locais à morte do artista.