"A política e os media fazem-nos acreditar que a incerteza significa medo, mas na cultura a incerteza produz algo de novo e, na verdade, é isso que queremos”, declarou hoje, Jochen Volz, curador da 32.ª Bienal de São Paulo, em conferência de imprensa, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves.

O museu vai acolher uma nova versão, e mais reduzida em número de obras, da 32.ª Bienal de São Paulo, onde podem ser vistas pinturas, esculturas, vídeos e instalações de 14 artistas e coletivos até outubro.

Segundo Jochen Volz, o ponto de partida para a exposição foi a “incerteza” que, por sua vez, se “desdobrou em vários trabalhos de ecologia”, como por exemplo o conhecimento dos indígenas no Brasil.

“Esta Bienal de São Paulo começou a ser pensada em 2014, altura em que não se imaginava o que viria a acontecer no Brasil, mas já se sentia a incerteza no mundo”, explicou Jochen Volz.

Tratar o assunto da Bienal de São Paulo no contexto do Parque de Serralves com a "riqueza das incertezas da arquitetura do Porto" foi outro “desafio”, acrescentou João Ribas, diretor adjunto e curador do Museu de Serralves.

A nova exposição foi pensada tendo em vista o “entendimento comum sobre a importância das relações entre Brasil e Portugal no plano artístico”, refere a nota de imprensa da Fundação de Serralves divulgada hoje.

“Esta exposição procura ampliar o impacto e a abrangência da Bienal de São Paulo e sublinha o compromisso das duas instituições com a difusão da arte contemporânea a nível global”, acrescenta o documento.

Depois de em 2015, as Fundações de Serralves e da Bienal de São Paulo se terem juntado para organizar uma exposição conjunta, a união volta, agora, a acontecer em 2017 com a exposição “Incerteza Viva”, que foi desenvolvida a partir da recente Bienal de São Paulo, que reuniu cerca de 90 artistas e coletivos, entre eles os portugueses Gabriel Abrantes, Lourdes Castro, Priscila Fernandes, Carla Filipe e Grada Kilomba.

As obras vão estar distribuídas entre o museu e o parque de Serralves, local onde foram criados cinco novos pavilhões para albergar alguns dos trabalhos artísticos

Os pavilhões foram encomendados por Serralves a cinco ateliês de arquitetos do Porto – depA, Diogo Aguiar Studio, Fahr, fala atelier e Ottootto -, e no seu interior vai poder apreciar-se, por exemplo, o trabalho do artista português Gabriel Abrantes, mas também de Jeremy Deller/Cecilia Bengolea, Pricila Fernandes, Jonathas de Andrade ou Barbara Wagner e Benjamim de Burca.

“Ficámos muito felizes de ver as como as ideias da Bienal foram articuladas aqui em Serralves”, concluiu Suzanne Cotter, diretora do Museu de Serralves.

A 32.ª Bienal de São Paulo foi comissariada por Jochen Volz, juntamente com os curadores Gabi Ngcobo, Júlia Rebouças, Lars Bang Larsen e Sofía Olascoag.

“As obras apresentadas condensam os principais conceitos da exposição que se realizou no Brasil, nomeadamente uma reflexão sobre as atuais condições de vida e as estratégias presentes na arte contemporânea para acolher ou habitar a incerteza”, explica Serralves.

A nova exposição fica patente em Serralves até dia 1 de outubro deste ano.

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