Tenho muito muito orgulho em dizer que fui educada para ter um gosto muito variado. Entre Xutos e Sitiados, passando pelos GNR e tantos outros, sempre ouvi de tudo um pouco, mas essa educação terminou aos seis anos e hoje é bem público que apesar de ouvir de tudo um pouco, a playlist do costume é constituída por k-pop e country (não vale a pena tentar perceber que eu já desisti).
Não sou moça de sair à noite e o meu programa favorito, em dias de semana, costuma ser um pijama fofinho e a Netflix mas por vezes os astros alinham-se e coisas muito pouco prováveis acontecem. Ir ao concerto dos Metallica é uma dessas coisas.
A Altice Arena, em Lisboa, encheu para aquele que prometia ser um concerto memorável. Já vi muitos palcos naquela sala e mais eventos e concertos do que tenho dedos nas mãos (e nos pés), mas nunca vi algo assim. Este foi o meu primeiro concerto 360 e fiquei absolutamente maravilhada com o espectáculo a que assisti.
Muito provavelmente a criança de 10 anos que estava junto ao palco ou os dois miúdos que estavam à minha frente (que não deviam ter mais de 12 anos) sabiam mais de Metallica do que eu, o que não é difícil já que só conheço duas ou três músicas.
Senti-me como uma verdadeira betinha no meio de tantos fãs que vibravam com a banda, mas não deixei de sentir que a música era boa e a pessoa responsável por coordenar todos os aspectos visuais do concerto merece cada cêntimo do ordenado.
Foi um espectáculo muito visual que apesar de distrair o olhar para os ecrãs que ora subiam ora desciam, não tiravam o impacto da música nem faziam o público alhear-se da mesma. Foi o complemento perfeito. Também os drones utilizados pareciam fadinhas a voar numa coreografia cuidada e fluída, apesar de a música ser tudo menos o lago dos cisnes.
Como boa fã dos Xutos, o ponto alto da noite foi ter membros dos Metallica a cantar uma música da banda. E como bons portugueses que são, os espectadores da Altice Arena levantaram-se e cantaram a uma só voz.
Se perderam o concerto, partilhei alguns pedacinhos no meu instagram stories, por isso é só lá ir cuscar.
"E qual é o veredicto da crominha da k-pop?", perguntam vocês. Era capaz de voltar a ir, mas se me prometessem o sossego do camarote, que isto de ir lá para baixo é coisa para os corajosos (e para a menina de 10 anos).
Foto: Lusa
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