O convite surgiu porque a Orquestra Sinfónica Jovem de Macau “gostaria de trabalhar com um maestro português nesta digressão”, que inclui três concertos em Portugal, explicou Pedro Neves, maestro principal da Orquestra Clássica de Espinho.

O objetivo da digressão é celebrar não apenas o 20.º aniversário da transferência de administração de Macau, mas também o 40.º aniversário do restabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e a China.

Pedro Neves está já em Macau para os ensaios antes do primeiro concerto, que no sábado assinala o 22.º aniversário da Associação Orquestra Sinfónica Jovem de Macau, marcado para as 20:00 no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau.

Numa orquestra jovem, “o maior desafio é sempre aproveitar da melhor forma a energia e a vivacidade que são próprias dessa faixa etária, colocando essa motivação ao serviço da música”, explicou Pedro Neves.

A orquestra é formada por jovens músicos chineses de Macau, com a exceção do lusodescendente Júlio Miguel dos Anjos. Mas Pedro Neves acredita que “a barreira da língua é um problema quase insignificante porque o código musical é universalmente muito forte e o entendimento entre os músicos vai muito para além das palavras”.

A colaboração continua em Julho, com o segundo espetáculo, no dia 19, às 19:30 na sala de concertos da National Library Arts Center, em Pequim.

O programa do concerto na capital chinesa inclui música clássica ocidental, mas também “O Mundo dos Insetos”, da autoria de Doming Ngok-pui Lam, compositor nascido em Macau, e ainda uma canção inspirada pela lenda milenar chinesa “Os Amantes Borboleta”.

“Espero que o público nos possa acolher da melhor forma, possa compreender a mensagem das obras que vamos interpretar”, disse Pedro Neves.

Após visitar Pequim, a digressão continua em Portugal.

A Orquestra Sinfónica Jovem de Macau toca a 21 de julho, pelas 21:30 horas no Festival ao Largo, em Lisboa, antes de ir ao Festival das Artes em Coimbra, a 24 de julho.

A digressão termina a 27 de julho no Festival do Marvão.