Direcionada para crianças dos seis aos dez anos (primeiro ciclo do ensino básico), a peça de Catarina Gonçalves e Filipe Caldeira questiona ainda como é o vazio de estar tudo tão cheio e não se encontrar nada.

Será o vazio “uma incubadora de acontecimentos? Uma descoberta partilhada da matéria e do corpo em que a luz e a transição do tempo nos mostraram o que há para ver numa relação de escala entre nós, o mundo e os inversos”, são algumas das questões que a peça levanta.

Os criadores da peça referem que “Lusco-Fusco" vê a vontade de ser “um bocadinho inventor do seu próprio espanto e para isso desenha um espaço que pouco a pouco se torna numa invasão feita pela matéria que se pode com ela [transformar] e sermos [transformado], mudá-la de lugar, levá-la, arrastá-la e libertá-la”.

É por isso que ´performers` organizam o corpo para desaparecer, desobedecer e desaprender com a matéria, operam a luz e o som e habitam um lugar aberto ao sensível e à própria perceção de cada criança.

"Para que percorres inutilmente o céu à procura da tua estrela? Põe-na lá", explicam, citando Vergílio Ferreira, em "Escrever".

A direção e interpretação é de Catarina Gonçalves e Filipe Caldeira, a dramaturgia de Joana Bértholo, a direção plástica de Rita Westwood, a sonoplastia de Filipe Lopes, os figurinos de Jordann Santos, o desenho de luz de Cárin Geada, a operação de luz de Miguel Carneiro e a voz of de Eduardo Rego.

"Lusco-Fusco" é uma coprodução do Teatro Municipal do Porto, das Comédias do Minho, da Circular Associação Cultural, do Teatro Aveirense e do S. Luiz Teatro Municipal.

A peça pode ser até dia 8, na sala Mário Viegas. Para escolas haverá espetáculos à quinta, sexta, segunda e terças-feiras, às 10:30. Para as famílias, serão ao sábado e domingo, às 16:00.