Com abertura marcada para dia 26 de maio, a Feira do Livro de Madrid tem este ano Portugal como país convidado, cuja participação está a ser organizada pelo proprietário da Ler Devagar, José Pinho, que pretende apresentar um programa diferente e levar a Espanha, além da literatura, música, teatro, cinema e exposições.

Segundo José Pinho, a ideia não é “inventar grandes coisas”, mas replicar o que já foi feito em Óbidos (no Folio), com a participação de diferentes artes, como literatura, escrita, leitura, musica, cinema, teatro e conferências.

“Temos estado a fazer contactos para ver se levamos a Madrid um programa cultural que também não tenha nada a ver com aquilo que soubemos que tinha sido a programação cultural dos países convidados anteriormente, pensámos que poderíamos e deveríamos ir mais além”, disse à Lusa.

Por duas razões, justifica o dono da Ler Devagar: “Não há explicação para que os autores portugueses sejam pouco traduzidos em Espanha e também porque Portugal nunca tinha sido convidado, o que é estranho”.

José Viale Moutinho é dos autores portugueses participantes que terá uma obra traduzida para castelhano – “Cuentos Populares” -, pela poeta Maria Tecla Portela Carreiro, a ser apresentada, no dia 01 de junho, em diálogo com o autor, pela ensaísta alemã Mitchi Straufeld, de quem partiu o convite para a realização deste livro, o primeiro do género sobre a tradição popular portuguesa em castelhano, segundo divulgou o próprio escritor.

A ilustradora Catarina Sobral fez saber, através da sua página de Facebook, que em junho vai estar na Feira do Livro de Madrid e na livraria La Fabulosa “para realizar um ‘workshop’ sobre livros sem palavras”.

Já o poeta, cronista e crítico literário Pedro Mexia estará presente na Feira do Livro de Madrid no dia 31 de maio, conforme foi avançado à Lusa pela Tinta-da-China, editora que publica os livros do autor.

Na área dos livros, algo que José Pinho considera de grande valor é as livrarias históricas em Portugal, como o caso da Lello, da Bertrand, da Ferin e da Ler Devagar, “que não sendo assim tão histórica, tem uma conotação muito grande a nível mundial”, e, nesse sentido, gostaria de organizar “uma conversa sobre estas livrarias e mostrar àquela população imensa, que são mais de dois milhões de visitantes, o que é que [existe] ao nível das livrarias históricas”.

José Pinho planeia também levar até Madrid os festivais literários que são feitos em Portugal, como é o caso do Correntes d’Escritas, do Folio, do Festival Internacional de Cascais e do da Lourinhã.

Por outro lado, “levar livros portugueses que ou os editores portugueses e autores portugueses achavam que já deviam estar traduzidos ou que nós achamos que deviam ser apresentados aos editores espanhóis para eles poderem vir a traduzir”, acrescentou.

“Há coisas simples que podemos mostrar, livros infantis que têm muita ilustração, ou dos Urban Sketchers, por exemplo, sobre Lisboa ou sobre o Porto ou sobre Portugal. Qualquer editor, qualquer pessoa percebe logo o que aquilo é e pode interessar-se por fazer uma edição lá. E isso achava que era muito importante que acontecesse”, afirmou.

Na área musical, o programa passa por levar “aquilo que é característico em Portugal”, embora nessa matéria as opiniões se dividam entre o fado e o folclore, disse, confessando contudo que o que gostaria era de levar o cante alentejano.

“Além disso, vamos levar uma ou duas exposições e vamos pegar nas exposições que fizemos de ilustração, que é uma área que lá não conhecem muito, o que se faz em Portugal, mas que no mundo inteiro são reconhecidos os ilustradores portugueses, que ganham prémios em todo o lado. Vamos levar muitos ilustradores”, disse.

Este ano vão ser ocupados dois espaços que nas programações anteriores nunca foram ocupados: a biblioteca Eugénio Trias que está junto ao Pavilhão de Portugal, a 50 metros, e um outro edifício um pouco mais longe, a cerca de 200 metros, que é a “casa de vacas”.

José Pinho adiantou também que irá levar “convidados portugueses especiais, como Eduardo Lourenço e António Barreto”, e vários escritores, tendo como objetivo conseguir levar pelo menos 17, um para cada um dos dias da feira.

O programa da participação portuguesa na Feira do Livro de Madrid vai ser apresentado na quarta-feira, em Lisboa, pelos ministros da Cultura e dos Negócios Estrangeiros.

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