“As Trevas e Outros Contos” é uma coletânea de Leonid Andréev, que reúne os contos “No Nevoeiro”, “O Governador”, “Judas Iscariotes”, “Os Fantasmas” e “As Trevas”, traduzida diretamente do russo por Nina Guerra e Filipe Guerra, que chega às livrarias no dia 21 de janeiro.
“Génio louco, ser revoltado e místico, Leonid Andréev (1871-1919) é um dos autores mais importantes da literatura russa. Anticzarista e antibolchevique, homem de exílios frequentes, legou-nos uma obra monumental pautada pela indignação e pelo amor à verdade”, descreve a Antígona.
No mesmo dia, chega às livrarias “Guerracivilândia em Mau Declínio”, com tradução de Rogério Casanova, o “aclamado livro de estreia” de George Saunders, que a Antígona publica agora, depois de, em 2017, ter editado “Pastoralia”.
“Guerracivilândia em Mau Declínio” (1996) é composto por seis contos e uma novela - publicados na New Yorker e na Harper’s – que têm como tema a desumanização do homem submetido a trabalhos absurdos, quer em parques temáticos distópicos quer em “mecas do consumo”.
Resumidamente, estes contos de Saunders descrevem, num tom “desesperado” e “hilariante”, uma “América decadente, sem boias de salvação nem redenção”, numa edição que inclui uma nota do autor sobre a génese do livro.
A 18 de fevereiro, a Antígona edita “O Tacão de Ferro” (1908), de Jack London, uma das principais distopias do século XX, que viria a influenciar “1984”, de George Orwell, escritor que descreveu este livro como “uma notável profecia da ascensão do fascismo”.
Trata-se da história da ascensão ao poder de uma ditadura oligárquica e fascista – o Tacão de Ferro – nos EUA, que subjugará a nação, um “clássico da revolta” que, após décadas esgotado em Portugal, regressa numa nova edição, com tradução direta do inglês, prefácio de Howard Zinn e posfácio de León Trotsky.
“Uma Solidão Demasiado Ruidosa”, de Bohumil Hrabal, traduzido do checo por Ludmila Dismanová, é outra das apostas da Antígona, numa edição revista, que chega às livrarias a 11 de março.
Este romance de 1976 conta a história do velho Hanta, que tem por ofício prensar e destruir papel, resgatando, no entanto, os livros a que se vai rendendo e as mais belas descobertas em pilhas de papel – de Kant e Hegel a Camus e Lao-Tsé –, todos eles proibidos pelas autoridades.
Ao destruir obras, por ofício, e ao resgatá-las, por amor, Hanta protagoniza a indestrutibilidade da palavra e o seu poder redentor em tempos bárbaros, num romance - ele próprio censurado no seu tempo - que o New York Times considerou que deveria “ser resgatado da indiferença que mata a literatura mais eficazmente do que as máquinas mais sofisticadas”.
A Antígona vai publicar no mesmo mês mais um livro do escritor uruguaio Eduardo Galeano, de quem tem estado a editar a obra, desta feita “Dias e Noites de Amor e de Guerra”, que foi Prémio Casa de las Américas em 1978.
Em abril chega uma edição de quatro contos da escritora francesa Colette, selecionados com base no “universo envolvente” e na “escrita poética e elaborada” da autora, explica a Antígona.
“Le Képi”, “Le Tendron”, “Bella Vista” e “Les vrilles de la vigne” são relatos que derrubam as máscaras da vida quotidiana, descritos pela “hábil mão de um dos vultos que souberam ler como ninguém o homem e a fragilidade das suas relações”.
Outra novidade é “Despachos”, de Michael Herr, um livro de 1977, inédito em Portugal, mas que, “ancorado no seu tempo, é intemporal” e “revelar-se-á tragicamente relevante onde quer que se travem guerras”, segundo o escritor Robert Stone, que assina o prefácio da obra.
“Coargumentista de ‘Nascido para Matar’, de Stanley Kubrick, e autor de inesquecíveis tiradas de ‘Apocalypse Now’, de Francis Ford Coppola, Michael Herr legou-nos uma obra de culto sobre a Guerra do Vietname e um dos mais fortes testemunhos sobre este conflito”, diz a Antíogna.
Na linhagem de George Orwell e de Ernest Hemingway, e do ‘New Journalism’ de Joan Didion e de Norman Mailer, Michael Herr, correspondente da Esquire no Vietname, transporta o leitor “numa viagem alucinada ao horror e à loucura dos homens em tempos cruéis”.
No mês de junho, a Antígona lança o livro “O Gangue da Chave-Inglesa”, de Edward Abbey, com ilustrações de Robert Crumb, um livro que a crítica descreve como uma “obra de culto de um dos pioneiros da ecologia radical, para ler ao som de Neil Young e de ‘Sabotage’, dos Beastie Boys”, “uma ‘road story’ ecologista” e “uma obra-prima do anticapitalismo”.
Revoltados com a destruição do Oeste americano pela indústria e pelo governo, quatro insubmissos decidem lutar contra a “máquina”: Hayduke, bebedolas e veterano do Vietname, Doc Sarvis, cirurgião pirómano, a sua bela amante, Bonnie Smith, e Seldom Seen Smith, mórmon e guia experiente.
A quadrilha destrói pontes, estradas e vias-férreas que cruzam a aridez e, armada simplesmente com uma chave-inglesa e alguma dinamite, afronta os garantes da ordem e da moral, no seu encalço.
Escritor e ensaísta, Edward Abbey (1927-1989) partiu em 1944 à descoberta do Oeste americano, onde se apaixonou pelo deserto.
Ícone da contracultura, recusou um prestigiado prémio da Academia Americana de Artes e Letras, porque a cerimónia de entrega do galardão coincidia com um a sua travessia de um rio no Idaho.
Deste autor é dito que teve como derradeiras palavras “sem comentários” e que, a seu pedido, o seu corpo jaz num local desconhecido, no deserto do Arizona, refere a editora.
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