Segundo a Companhia de Teatro de Almada (CTA), que promove o festival, a peça de Édouard Louis foi a mais votada pelos espectadores para ser o "espetáculo de honra" da próxima edição.
Na votação do público, atrás de "Quem matou o meu pai" ficaram "Miguel Molina a nu", de Ángel Ruiz, com encenação de Félix Estaire, e "Hipólito", de Eurípides, com encenação de Rogério de Carvalho.
A 38.ª edição do Festival de Almada terminou no domingo, e "Quem matou o meu pai" foi apresentado como "o acontecimento teatral do ano", com estreia no Teatro Nacional D. Maria II, encenação do belga Ivo van Hove e interpretação do holandês Hans Kesting.
A peça inspira-se na vida do pai do escritor, um operário da indústria pesada francesa, e foi escrita em 2018, na sequência de uma vista que Édouard Louis lhe fez, em que o encontra "chocantemente irreconhecível", como se lê no texto de apresentação da obra, no programa do 38.º Festival de Almada.
Édouard Louis, cujos textos se centram na homofobia, no racismo e na desigualdade social, também escreveu sobre a sua experiência enquanto homossexual, "de que forma é que viveu essa homossexualidade no seio de uma pequena cidade francesa, numa família proletária, e como teve de escapar desse meio e viver em Paris para poder viver livremente a sua sexualidade", explicou à Lusa o diretor do festival, Rodrigo Francisco.
No âmbito do Festival de Almada, foram ainda reconhecidos os melhores textos jornalísticos sobre a edição de 2020 do festival, tendo sido atribuído o Grande Prémio Carlos Porto a Manuel Xestoso, do jornal galelo Nòs Diário.
Tommaso Chimenti, do Recensito (Itália), e Gonçalo Frota, do jornal Público, também foram distinguidos nas categorias de imprensa especializada e imprensa generalista, respetivamente.
Houve duas menções honrosas para José Gabriel Antuñano (da Associação de Encenadores de Espanha) e para Maria Leonor Nunes (Jornal de Letras).
O Festival de Almada é uma iniciativa da Companhia de Teatro de Almada, coorganizada com a câmara municipal desta cidade.
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