Da semba à coladeira, passando pelo ‘afro-punk’ ao kuduro, a rua apelidada de EDP Rock Street acolhe este ano, na oitava edição do festival Rock in Rio (RiR) Lisboa que começa hoje no Parque da Bela Vista, o autêntico caldeirão de géneros e de sonoridades que marcam o continente africano.

À Lusa, Paula Nascimento, curadora do palco da EDP Rock Street, salientou que este palco vai oferecer nos próximos dois fins de semana “um conjunto de excelentes propostas musicais assentes em ritmos africanos de diferentes países, de diferentes géneros, de diferentes gerações”.

E deixa uma promessa: “O que o palco tem a oferecer é muita alegria e muita dança para quem gosta. E quem não gosta que venha experimentar”.

A viagem proposta passa por várias latitudes no continente africano, dos lusófonos Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique, mas também por África do Sul, Gana, Zimbabué, Mali, Guiné-Conacri, Mauritânia e República Democrática do Congo.

O primeiro dia do palco arrancou hoje com o reportório do guineense Kimi Djabaté, seguindo-se o grupo Tabanka Djaz, também da Guiné-Bissau, que entusiasmou a plateia e despertou vários passos de dança entre o público. A “festa africana” terminou ao som de Bonga, uma das principais referências da música angolana. A plateia estava cheia e o ritmo imposto pelo músico angolano levou muitos à dança.

No domingo, será a vez do ‘hip hop’ de Karlon, com ‘samples’ de ritmos tradicionais cabo-verdianos, e de Baloji Tshiani da República Democrática do Congo. O dia termina com vista para Cabo Verde com os sons tradicionais da banda Ferro Gaita.

Questionada sobre o processo de seleção dos artistas, Paula Nascimento explicou que foi um “trabalho de composição”.

“Existiam várias ideias na cabeça e foi um processo em construção”, prosseguiu a responsável pela programação do palco da EDP Rock Street, referindo ainda que um dos pontos prioritários do trabalho desenvolvido ao longo de alguns meses foi destacar a diversidade e a modernidade africana e os vários sons que marcam o continente.

“No fundo, África é isto tudo”, afirmou Paula Nascimento.

“A melhor forma de definir (a música africana) é dizer as músicas africanas. E parar de dizer a música africana”, defendeu a responsável, frisando que o palco da EDP Rock Street, lançado sob o mote “África no Mundo e o Mundo em África”, será uma boa forma para o público conhecer esse mundo musical que é feito por géneros, estilos e gerações diferentes.

“É uma boa forma de vir conhecer diferentes Áfricas e não só. Vir conhecer para quem não conhece e vir reviver para quem conhece”, concluiu.

Mas não só de “músicas africanas” vive a rua, uma das mais movimentadas do recinto. Antes dos concertos, há ações de animação de rua feitas por dançarinos vestidos de animais e acrobatas, que se prolongam por cerca de 30 minutos. E para os mais impressionáveis fica um aviso: há elefantes, gazelas, girafas e zebras (a fingir) à solta.

Nástio Mosquito e Paulo Flores (Angola), Batuk (África do Sul), Selma Uamusse (Moçambique) e Moh! Kouyaté (Guiné-Conacri) são alguns dos nomes agendados para o palco africano para o segundo fim de semana do RiR, marcado para 29 e 30 de junho.

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