Segundo a National Book Foundation, organização norte-americana sem fins lucrativos, apoiado pela indústria editorial, o romance “The underground railroad” conta “a história de Cora, uma escrava adolescente que foge de uma plantação de algodão da Geórgia, com a chegada de um novo escravo, letrado, Ceasar”.

Os dois “embarcam juntos na 'underground railroad'", rede de rotas clandestinas, que congregava estradas, caminhos, casas de acolhimento, usada para a fuga de escravos, nos Estados Unidos, ao longo do século XIX e que, na conceção de Whitehead, se materializa numa "verdadeira estrada de ferro”, enquanto Ridgeway, "um implacável perseguidor de escravos", empregado pelo antigo fazendeiro, "segue na senda de Cora".

No romance, a protagonista escapa para a América do Sul, e vive em cada país uma realidade diferente, "mas todas elas aterrorizantes, tanto na sua descrição como na proximidade com a verdade histórica”.

Segundo a National Book Foundation, Colson Whitehead apresenta neste romance uma “visão perspicaz e inflexível sobre um dos capítulos mais brutais da história norte-americana”, o da escravatura, vivida noutros países.

O júri do galardão foi constituído por escritores, e o galardão, segundo o comunicado do grupo editorial Penguin Random House, hoje divulgado, “é visto como um prémio de escritores para escritores", que tem o objetivo de "celebrar o que de melhor se faz na literatura norte-americana”.

O National Book Award foi atribuído pela primeira vez em 1950, tendo, na área de Melhor Romance, sido escolhido “The man with the golden arm” ("O homem do braço de ouro", na tradução portuguesa), de Nelson Algren, que deu origem ao filme do mesmo título, de Otto Preminger, com Frank Sinatra e Kim Novak.

Ao longo da sua história, o prémio distinguiu autores como William Faulkner, Saul Bellow, William Carlos Williams, Wallace Stevens, Ralph Ellison, W.H. Auden, Philip Roth, John Updike, Joyce Carol Oates, Flannery O'Connor, Thomas Pynchon, John Cheever, Don DeLillo, Cormac McCarthy, Susan Sontag, Jonathan Franzen e Peter Matthiessen, entre outros.

Colson Whitehead nasceu em 1969, em Nova Iorque, onde atualmente vive. Começou a escrever críticas de livros, discos e programas de televisão, terminados os estudos na Universidade de Harvard.

O seu primeiro romance, “The Intuitionist”, foi finalista do prémio PEN/Hemingway e vencedor do Quality Paperback Book Club’s new Voices Award.

É, até agora, a única obra do escritor editada em Portugal, pela Planeta, com o título "A intuição é tudo".

No percurso de Whitehead, seguiu-se “John Henry days”, “uma investigação sobre os homens que trabalham no aço”, publicado em 2001.

O autor foi finalista do National Book Critics Circle Award, do Los Angeles Times Fiction e do Pulitzer.

Em 2003, publicou o livro de ensaios “The colossus of New York”, que foi distinguido com o New York Notable Book of the Year, seguindo-se outros títulos, como “Apex Hodes the hurt (2006), “Sag harbour” (2009) e “Zone one” (2011).

Além dos livros, os artigos e ensaios do autor têm sido publicados em publicações como The New York Times, The New Yorker, New York Magazine, Harper’s e Granta.

O romance “The underground railroad” será traduzido para português por Paulo Ramos, adiantou à agência Lusa fonte editorial.

NL // MAG

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