Sendo um festival com mais de uma dezena de salas e vários concertos a ocorrerem em simultâneo, ao longo da Avenida da Liberdade, por vezes é uma tarefa hercúlea ter de fazer algumas escolhas. Mas dentro das (im)possibilidades, dois concertos mostravam-se imperativos no primeiro dia do Super Bock em Stock 2018: Johnny Marr e Natalie Press. Apesar da sobreposição entre um e outro, foi possível fazer uma pequena maratona e assim assistir a dois momentos muito especiais.
A tarde começou com a visita à banda portuguesa Conjunto!Evite, que tratou de encher e por a dançar a Sala Santa Casa. Apesar de já contar com alguns anos de existência, o quinteto português ainda vai passando despercebido, mas na passada sexta-feira provou que tem muito para dar com o seu rock endiabrado e uma energia fervilhante.
Também completamente esgotado e com uma fila de espera considerável estava o concerto dos Fogo-Fogo. Os ritmos cabo-verdianos contagiaram os presentes e os sorrisos e os pés dançantes foram uma constante.
Houve tempo para passar nos sempre belos Birds Are Indie, cujas vozes nos remetem sempre para vários imaginários. A noite continuou em português com Manuel Fúria e os Náufragos que promoveram uma autêntica celebração com uma série de convidados, incluindo Tomás Wallenstein ao violino ou Miguel Ângelo na voz.
Antes das grandes estrelas da noite, ainda houve tempo para espreitar os Prana, que causaram desde logo impacto pela emoção e pela energia que dedicam às suas canções.
Porém, às 22h45 era imperativo estar no Coliseu. Talvez muitos, principalmente as gerações mais novas, tenham visto o nome Johnny Marr e nem tenham feito logo qualquer tipo de associação, mas para outros foi logo uma bandeira vermelha de atenção.
Será que se falar em The Smiths ou no filme "(500) Dias com Summer" se fazem algumas luzes? Não, Johnny Marr não era o vocalista, antes o guitarrista, mas não se ignora alguém que fundou uma banda que tantas gerações marcou e que ainda vai contribuindo com tanto da sua magia. Foi incrível confirmar não só as várias gerações presentes no Coliseu como ainda aquele entusiasmo juvenil dos mais velhos, como se de repente fosse possível voltar atrás no tempo. E a verdade é que o britânico não desiludiu e ainda fez as delícias dos fãs mais acérrimos com os devidos clássicos.
A noite terminou no Cinema São Jorge com Natalie Prass. De ar encantador e voz de menina, o que é certo é que a norte-americana se mostrou uma autêntica senhora em palco, capaz de encantar e hipnotizar a plateia. O início foi algo morno, mas talvez com o à vontade que foi ganhando, partilhando com a plateia os seus passeios por Lisboa, confessando que não se queria ir embora, fez com que o concerto terminasse com aplausos em pé e coração quente.
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