O São Luiz Teatro Municipal será o palco desta peça de teatro/dança intitulada "The Anger, the Fury" ("A Fúria, a Ira"), com música original de Rodrigo Vaiapraia e da banda brasileira Rakta, de acordo com a programação do festival.

Depois de ter abordado a tristeza numa anterior criação, a artista continua a explorar as emoções humanas, levantando questões como: "A ira é uma loucura temporária. Quanto tempo se mantém esse estado de urgência emocional? Essa paixão veemente? Durante três minutos? Em ciclos de meia hora? Ou será que conseguimos, num minuto passar da placidez à raiva, à ira, à fúria? Como é que construímos dramatúrgica e emocionalmente uma sucessão desses momentos?", pergunta, numa sinopse sobre a nova peça.

Sónia Baptista procurou as respostas em textos clássicos, textos filosóficos contemporâneos, expressões de cultura pop, ensaios sobre sociedade e género, sobre ecofeminismo e "sobre o desejo de uma vivência punk - ou hopepunk - que, misturada com otimismo, desafia o status quo".

O resultado é um espetáculo de teatro e dança em diálogo com várias outras artes, que usa a ironia, por exemplo, citações das irmãs Kardashian, ao mesmo tempo que excertos do filósofo Aristóteles, com o objetivo de “abordar a liberdade de criar, sem diferenciação entre ´high e low art´”, característico das criações de Sónia Baptista.

No palco, em "The Anger, the Fury" estará a própria Sónia Baptista, a quem se juntam Joana Levi, Teresa Silva, Ana Valentim, Tita Maravilha, Paulo Pascoal e João Nunes Monteiro.

O espetáculo, previsto para as 20h30, nos dois dias, resulta de uma coprodução do Centro Cultural de Belém, Culturgest, Teatro do Bairro Alto, Teatro Nacional D. Maria II e São Luiz Teatro Municipal, e faz parte da programação da edição deste ano do Alkantara Festival, que está a decorrer desde 13 de novembro e encerra no domingo.

Até esse dia, o festival apresenta ainda espetáculos de Nadia Beugré, Dina Mimi, Rita Natálio, Flora Détraz, e Dana Michel nos cinco espaços culturais de Lisboa responsáveis pela coprodução.

O Alkantara - Festival Internacional de Artes Performativas apresenta, nesta edição, 20 espetáculos de dança, teatro, e 'performance', nove em estreia absoluta, numa programação que pretende promover a reflexão sobre temas como a crise ambiental e as identidades marginalizadas.

A partir deste ano passa a realizar-se anualmente, em novembro, de acordo com a organização.

Desde 2006, em Lisboa, tem vindo a apresentar um programa experimental de dança, teatro, 'performances', conversas, concertos e outras atividades, e tem a sua génese ligada ao Danças na Cidade (1993-2004), festival fundado pela bailarina Mónica Lapa (1965-2001).

Alkantara é uma associação cultural sem fins lucrativos, centrada na promoção e desenvolvimento de projetos na área das artes performativas.