O romance “Viagens”, da escritora polaca Olga Tokarczuk, que venceu a última edição do Prémio Man Booker Internacional e foi finalista do National Book Award para literatura traduzida, chega este mês às livraras portuguesas, editado pela Cavalo de Ferro, chancela do grupo 2020.

Pela Elsinore, outra chancela da mesma editora, chega o romance “Ragnarök – O Fim dos Deuses”, da multipremiada escritora inglesa A.S. Byatt, que conta a história de uma menina de cinco anos que é enviada para o campo, quando Londres é bombardeada, e acaba por encontrar companhia e refúgio num grande volume acerca dos mitos nórdicos, que de repente se tornam familiares, diluindo as fronteiras entre os dois mundos.

“Vernon Subutex”, primeiro volume de uma trilogia romanesca de enorme sucesso, da autoria de Virginie Despentes, que foi finalista do Prémio Man Booker Internacional 2018, é outra novidade deste mês, estando já prevista a publicação do segundo volume, também pela Elsinore, em julho de 2019.

A Antígona vai apostar em “Uma Solidão Demasiado Ruidosa”, de Bohumil Hrabal, traduzido do checo por Ludmila Dismanová, numa edição revista.

Este romance de 1976 conta a história do velho Hanta, que tem por ofício prensar e destruir papel, resgatando, no entanto, os livros a que se vai rendendo e as mais belas descobertas em pilhas de papel – de Kant e Hegel a Camus e Lao-Tsé –, todos eles proibidos pelas autoridades.

Ao destruir obras, por ofício, e ao resgatá-las, por amor, Hanta protagoniza a indestrutibilidade da palavra e o seu poder redentor em tempos bárbaros, num romance - ele próprio censurado no seu tempo - que o New York Times considerou que deveria “ser resgatado da indiferença que mata a literatura mais eficazmente do que as máquinas mais sofisticadas”.

A Antígona publica ainda mais um livro do escritor uruguaio Eduardo Galeano, de quem tem estado a editar a obra, desta feita “Dias e Noites de Amor e de Guerra”, livro nascido da repressão no Uruguai e escrito durante o exílio do autor, que foi Prémio Casa de las Américas em 1978.

Pela editora Almedina, a Minotauro lança o quarto volume das obras completas de Maria Judite de Carvalho, considerada uma das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. Nesta edição, encontra-se “A Janela Fingida”, “O Homem no Arame” e “Além do Quadro”.

No que respeita ao grupo editorial Leya, está prevista a publicação na D. Quixote de “A Noite e o Riso”, primeiro romance de Nuno Bragança (de quem se assinala o 90.º aniversário do nascimento), numa edição comemorativa dos 50 anos, “História de Uma Família Decente”, de Rosa Ventrella, o livro de poesia de Fernando Pinto do Amaral “O Terceiro Vértice”, e “O Fim da Solidão”, de Benedict Wells, este último editado pela ASA.

A D. Quixote vai editar ainda o novo livro de Jo Nesbo, “Sol da Meia Noite”, “As Regras da Cortesia”, de Amor Towles, e reeditar “Palmeiras Bravas / Rio Velho”, de William Faulkner.

Pela Porto Editora, chega às livrarias “A Aluna Americana”, o novo romance do escritor João Pedro Marques, desta vez passado nos finais dos anos 1960, “Santa Bakhita”, de Véronique Olmi, livro vencedor do Prémio FNAC e finalista do Goncourt, “O primeiro homem”, de Jacques Ferrandez, adaptação para novela gráfica do romance póstumo e autobiográfico de Albert Camus, e “Um Trono Negro”, da sul-coreana Kendare Blake, continuação de uma das sagas da literatura fantástica.

A Assírio & Alvim lança dois novos livros de poetas portugueses, “O Livro da Consolação”, de Mário Rui de Oliveira, e “Fósforos e Metal sobre Imitação de Ser Humano”, de Filipa Leal, bem como “Os Animais”, uma antologia poética de haikus do japonês Issa Kobayashi.

A Sextante faz chegar às livrarias portuguesas o mais recente romance do francês Philippe Claudel, intitulado “O Arquipélago do cão”.

A Livros do Brasil traz como novidades “O Mistério do Quarto Amarelo”, de Gaston Leroux, uma estreia na coleção Vampiro, assim como uma nova edição de “As Neves do Kilimanjaro e Outras Histórias”, de Ernest Hemingway.

A Relógio d’Água tem vários livros a sair neste mês, desde logo “As Novas Rotas da Seda”, do investigador de História Global da Universidade de Oxford Peter Frankopan, que retoma “As Rotas da Seda”, aprofundando algumas questões decisivas da economia, política e estratégia da atualidade.

Outra das principais novidades desta editora, é a reedição de “O doente inglês”, de Michael Ondaatje, romance de 1992, lançado em Portugal pela D. Quixote em 1996, e que, em 2018, foi premiado com um “Booker Dourado” (Golden Booker), uma distinção especial que a organização do Prémio Literário Man Booker decidiu atribuir ao livro que fosse escolhido como o melhor das 51 edições já realizadas.

“O Abismo de Fogo: A Destruição de Lisboa”, uma das principais obras sobre o terramoto de Lisboa de 1755, pelo historiador norte-americano de Harvard Mark Molesky, “As Pessoas Felizes”, de Agustina Bessa-Luís, sobre as famílias burguesas nortenhas antes e logo após Abril de 1974, com prefácio de António Barreto, e “Pintado com o Pé”, livro de crónicas e breves ensaios de Djaimilia Pereira de Almeida, completado com dois ensaios, “Amadores” e “Inseparabilidade” são outras novidades desta editora.

A Relógio d’Água prevê ainda editar “Entretenimento e Paixão na História Ocidental”, de Byung-Chul Han, no qual o filósofo germano-coreano aborda as paixões do Ocidente, “A Mulher de Trinta Anos”, um dos episódios de “A Comédia Humana” do romancista francês Honoré de Balzac, “Sabes Que Queres Isto”, livro de contos de Kristen Roupenian, que será adaptado a série televisiva pela HBO, e “Açores — O Canto das Ilhas”, de Carlos Pessoa.

A Tinta-da-China traz para Portugal “Mapas”, primeiro livro de poesia de John Freeman, uma versão de Pedro Mexia da obra de teatro “Oleanna”, de David Mamet, e o ensaio “Retratos da Precariedade”, de Renato Carmo e Ana Rita Matias.

Na coleção de Literatura de Viagens, sai este mês “O Murmúrio do Mundo”, de Almeida Faria, e “Cinco Travessias do Inferno”, de Martha Gellhorn.

A Companhia das Letras vai publicar o mais recente romance de João Tordo, “A mulher que correu atrás do vento”, um livro a quatro vozes – femininas – passada em três cidades e ao longo de um século.

Pela Quetzal vai sair a “Nova Gramática do Latim”, de Frederico Lourenço.