No final de abril, os ABBA anunciaram que iam gravar as suas primeiras canções desde que se separaram em 1982, há 36 anos. O quarteto sueco, que liderou os tops mundiais nos anos 1970 e 1980 e que vendeu milhões de discos, vai lançar os novos temas e arrancar com uma digressão mundial de avatares em 2019.

Esta segunda-feira à noite, 16 de julho, na antestreia do filme "Mamma Mia! Here We Go Again", em Londres, Bjorn Ulvaeu revelou novos detalhes sobre as duas canções. "Uma delas é uma canção pop, muito dançante", disse o músico dos ABBA. “O outro tema é mais intemporal, mais para refletir, é tudo o que vou dizer. É nórdico e triste, mas é feliz ao mesmo tempo", revelou, segundo a revista NME.

O colega de banda de Ulvaeus, Benny Andersson, também esteve na antestreia e falou sobre os rumores de um álbum completo dos ABBA. "Fazer outro álbum é como fazer um 'Mamma Mia 3'...  Qual é o sentido a menos que haja uma boa razão, um bom guião, um bom ambiente? É uma experiência tão alegre, por isso essa é uma razão para o fazer", frisou.

Formados pelos compositores Björn Ulvaeus e Benny Andersson, e com as vozes de Agnetha Fältskog e Anni-Frid Lyngstad, os suecos ABBA saltaram para o estrelato internacional quando venceram o festival Eurovisão da Canção, em 1974, com o tema "Waterloo". A partir desse momento, os discos "Abba" (1975), "Arrival" (1976), "The Album" (1977) e "Voulez-Vous" (1979) consolidaram o grupo em diversos mercados.

Separado desde 1982, o grupo sueco dominou os tops nas décadas de 1970 e 1980 com temas como "Mamma Mia", "Waterloo", "Dancing Queen", "Fernando" e "Take A Chance On Me".

Os concertos dos ABBA em Londres no final da década de 1970, que ajudaram a definir musicalmente, rapidamente se destacaram. Para um grupo que fez digressões apenas pontualmente, estes espetáculos foram um ponto alto - nos bastidores foram vistos nomes como Ian Dury, Joe Strummer, dos The Clash, ou Jimmy Page, dos Led Zeppelin, interessados em conhecer a banda. John Cleese, dos Monthy Phyton, também passou por um concerto dos ABBA.

Audiência e críticos ficavam surpresos pela forma como o grupo reproduzia ao vivo a sua sonoridade de estúdio. Os músicos que tocavam com o grupo eram experientes profissionais suecos.

Em 2013, os autores de "Mamma Mia" ou "Dancing Queen" viraram a página dos seus anos em palco, criando um museu na capital da Suécia que sucitou algumas reticências ao início. "Estava um pouco reticente com o facto de me tornar numa peça de museu, nem sequer queria ouvir falar nisso. Mas mudei de opinião quando me apercebi que o museu iria ficar sediado em Estocolmo, que não iria ver isso de longe", explicou Björn Ulvaeus.

A história de Björn e dos restantes elementos da banda, criada em 1972, está reconstituída no museu, através de fotografias de infância, os primeiros sucessos, a formação do projeto, as imagens dos dois casais na sua intimidade, mas também a reconstituição do escritório do produtor, a mesa de trabalho do estilista e o estúdio de gravação.

O visitante é guiado através de 1.300 metros quadrados ao som dos seus ídolos, graças a existência de áudios gravados para o efeito. "Falamos da vida quotidiana, da vida com os filhos, da rutura da banda, das crises, (…), dos divórcios. Ultrapassamos a imagem lúdica que sempre demos", adiantou. Björn Ulvaeus foi casado com Agnetha, com quem teve dois filhos. Benny e Anni-Frid formavam o outro casal. Num ambiente descontraído, o visitante pode ainda cantar em palco com os ABBA e admirar o seu vestuário da altura. A mítica banda sueca, que durou dez anos, vendeu 378 milhões de álbuns no mundo inteiro.

Em público, a banda juntou-se pela última vez em 2016, para a inauguração de um novo restaurante inspirado no musical "Mamma Mia" em Estocolmo.