Chegou o momento de Fernando Fernandes, ou simplesmente FF, voltar à carga no mundo da música. Com um som e imagem completamente renovados, SAFFRA é o novo projeto musical do cantor que se juntou ao sapinho para revelar alguns dos pormenores deste trabalho, bem como todos os passos para o produto final e inspiração daquele que considera ser o seu primeiro disco a solo.
És conhecido desde a tua participação nos “Morangos com Açúcar”. No entanto, este teu novo projeto está muito longe da tua imagem e registo musical como FF. Sentes que a tua música cresceu contigo?
Fernando Fernandes (FF): O registo que iniciei depois dos “Morangos” não é de todo o espelho daquilo que sou musicalmente, nunca o escondi. Mas acho que podemos sempre aprender com aquilo que vamos fazendo profissionalmente e foi isso que fiz. Fui crescendo com oito anos de concertos ao vivo, três discos gravados e um DVD. Tirei de todas estas experiências o máximo que pude para ganhar a confiança necessária para arriscar num projeto que é tão português como eu. Cresci no meio de música e continuo a crescer e a aprender todos os dias.
Muitos de nós viram e aplaudiram a tua participação no programa “A Tua Cara Não Me É Estranha”, da TVI. Julgas que o teu sucesso no programa, com vertentes musicais distintas, acabou por influenciar de alguma forma este teu novo trabalho?
FF: Os registos que marcaram o programa não influenciaram este trabalho mas o desafio de ‘emprestar’ a voz a diferentes cantores permitiu que a imagem que o público em geral tinha de mim se tornasse mais interessante. Nesse aspecto foi fundamental para, passado 5 anos do meu último trabalho discográfico editado, poder dar agora o passo que sempre desejei. Dar voz à minha própria voz.
SAFFRA é o nome deste teu novo projeto. Explica-nos a sua origem.
FF: Safra significa colheita. A escolha dos dois F’s é propositada no nome SAFFRA porque esta é a minha primeira colheita musical. SAFFRA retrata um país de saudade com o fado e uma estação optimista com o seu lado mais popular e jazzístico. As influências deste trabalho vão ao encontro das sonoridades que ouvia quando era criança, Dulce Pontes, Amália, Carlos do Carmo...
Consideras que este é o teu primeiro disco a solo. O que mudou em todo o processo musical para este novo trabalho merecer essa mesma distinção?
FF: Considero que este é o meu primeiro disco/projeto a solo porque, na verdade, é o fruto daquilo que sou musicalmente. Sinto que cheguei, finalmente, a casa com este disco e que até aí, viajei por diferentes países musicais até me voltar a encontrar.
As influências do fado são óbvias desde o teu single de apresentação, “Safra Deste Ano”. Existe alguém que possas nomear como a principal inspiração para eeste novo rumo musical?
FF: Não posso deixar de nomear aquela que é a minha maior inspiração para este disco. É visível e audível para quem for ao encontro de SAFFRA – Dulce Pontes.
Qual foi a reação à mudança por parte daqueles que te são mais próximos? Como achas que o público em geral vai reagir? É algo que te assusta?
FF: A reação de quem é próximo é sempre mais fácil no sentido de que, quem me conhece, sabe que este sou eu, musicalmente falando. Parti sem grandes espectativas em relação à fase pós-disco e não podia estar mais feliz por confirmar que, quando fazemos algo verdadeiro e autentico, tudo se torna mais simples.
Apesar da mudança, a língua portuguesa permanece. É para ti imperativo cantar em português?
FF: Adoro cantar na minha língua. Ao contrário de muita gente, acho-a fácil e bela para cantar. SAFFRA não faria sentido noutra língua senão em português.
O que dirias se tivesses de definir esta nova etapa da tua vida numa só frase?
FF: Diria que estou de regresso a casa. Uma casa de portas e janelas abertas a quem a quiser visitar.
Foto @Rita Carmo
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