A venda da produtora cinematográfica de Harvey Weinstein fracassou devido ao processo movido contra ele pelo estado de Nova Iorque, informou esta segunda-feira (12) a imprensa norte-americana.

No domingo, o procurador do estado de Nova Iorque, Eric Schneiderman, apresentou uma ação judicial contra Weinstein, o seu irmão Robert e a empresa The Weinstein Company, por "falhar em proteger os seus funcionários de um abuso sexual generalizado, intimidação e discriminação".

Schneiderman afirmou que a venda da empresa era "iminente" e que tinha "elementos substanciais" para pensar que o negócio, estimado em 500 milhões de dólares, não prevê uma indemnização adequada para as vítimas do outrora todo-poderoso produtor de cinema e televisão.

"Qualquer venda da The Weinstein Company deve garantir que as vítimas serão compensadas, que os funcionários serão protegidos no futuro e que nem os responsáveis, nem os que permitiram isso, enriqueçam injustamente", acrescentou.

Desde outubro passado, Weinstein foi acusado de assédio, abuso sexual ou violação por mais de cem mulheres ao longo de 40 anos.

Vários órgãos de comunicação social informaram esta segunda-feira que o processo levou ao fracasso das negociações da compra da empresa de Weinstein por um grupo liderado por Maria Contreras Sweet, ex-funcionária do governo de Barack Obama.

O processo "criou demasiada incerteza para que a compra poder avançar", afirmou o The Wall Street Journal.

Segundo o "site" Deadline, especializado em notícias de Hollywood, a compra da empresa previa a criação de um fundo de compensação para as vítimas, mas o procurador não o considerou suficiente.

Harvey Weinstein, investigado pela polícia de Nova Iorque e de Londres, garante que todas as suas relações foram consensuais.