O violinista Carlos Damas é um dos músicos que participa no concerto multicultural dos 70 anos da UNESCO, em Paris, com a Orquestra Sinfónica Checa dirigida por Bartholomeus-Henri Van de Velde, na próxima terça-feira.

O concerto celebra também o 10.º aniversário da associação “Melody for Dialogue Among Civilizations” (“Música para o diálogo de civilizações”) e está marcado para as 19h30 locais, na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em Paris.

Além de Carlos Damas, músico da Orquestra Metropolitana de Lisboa, participam os violinistas Wolfgang David e Dan Zhu, o percussionista Wang Beibei, e ainda Guo Gan tocador de 'erhu', instrumento tradicional chinês, e o guitarrista clássico Nilko Andreas Guarin, entre outros.

O concerto reunirá 32 músicos de 21 países, segundo informação da UNESCO.

Carlos damas, de 42 anos, foi apontado pela revista britânica Gramophone como detentor de "uma técnica superior com um som claro e destreza impressionante”.

A revista afirma que o "virtuoso Carlos Damas está muito próximo das sensibilidades modernas e da sonoridade de Thomas Zehetmair e Gidon Kremer”, outros dois violinistas, distinguidos ao longo das últimas décadas.

“Damas possui uma técnica que lhe permite uma grande flexibilidade tonal”, remata revista.

Carlos Damas iniciou os estudos musicais aos três anos e, atualmente, é mestre em Artes Musicais e doutorando em Psicologia e Educação da Música, pela Universidade Nova de Lisboa, fazendo parte da direção da Academia Nacional Superior de Orquestra, da Metropolitana, onde leciona violino.

Estreou-se como solista, acompanhado pela extinta Orquestra da Radiodifusão Portuguesa, sob a batuta do maestro Silva Pereira.

Nos Estados Unidos obteve o certificado de “Excellence in Performance and Leadership”, atribuído pela American String Teachers Association.

Em Paris, estudou no conservatório local e foi aluno de Jacqueline Lefèvre e de Ivry Gitlis, e concertino da Orchestre Internationale de La Cité, de Paris, durante três anos.

Terminou a sua formação Superior com a mais alta classificação e fez a estreia francesa do Concerto para violino, de Luís de Freitas Branco (1890-1955).

Estreou obras de alguns compositores franceses contemporâneos, designadamente Jacques Chayllé, Gracia Finzi, Michel Merlet, Jean Jacques Werner e Jacques Bondon.

O compositor Sérgio Azevedo dedicou a Carlos Damas as suas Sonatas para violino solo, bem como a Serenata para violino e orquestra de cordas.

No ano passado, o violinista português editou um disco do Concerto para violino e orquestra e a Sonata para violino e piano, de Armando José Fernandes (1906-1983).

Carlos Damas gravou, este ano, para a discográfica Naxos, um álbum com a obra integral para violino do compositor Frederico de Freitas (1902-1980).

Como solista tocou com orquestras como, a Jeune Philarmonie e St. Luke's Orchestra, Camerata de St. Severin (França), a Winnipeg Symphony (Canadá), North Dakota International Music Camp Orchestra e a Mission Chamber Orchestra (EUA), Orquestra Sinfónica de Cantão (China), Orquestra de Macau, Orquestra da Radiodifusão Portuguesa, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Camerata da Madeira e Filarmónica de Praga.

Já em 2007, o violinista foi convidado pela UNESCO a participar como solista numa série de concertos multiculturais em representação de Portugal.