“Face às condições financeiras e de recursos humanos da empresa, (…) como pode ser considerado aceitável uma oferta de 18 milhões pelos direitos de transmissão da Liga dos Campeões”, questionou a deputada Cecília Honório, num conjunto de perguntas dirigidas ao ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro.
Aquela pergunta é também alicerçada na consideração mais geral da RTP, que “está numa situação financeira muito complicada e a necessitar urgentemente de recuperar profissionais e salários”.
Cecília Honório estendeu a sua “estranheza” ao facto de se ter “assistido nos últimos anos, sempre em nome da débil situação financeira da televisão pública, a um claro desinvestimento na grelha, a qual já quase não recorre à produção de conteúdos nacionais (de ficção ou não ficção) e à emissão de conteúdos originais e que se distingam dos emitidos pelos canais comerciais”.
Esta última consideração levou-a a querer saber como é que o ministro analisa "a galopante homogeneização da oferta do serviço público em relação à oferta privada?”
Entretanto, o Conselho de Administração (CA) da RTP já reagiu às notícias que indicavam que a estação pública tinha adquirido os direitos de transmissão televisiva dos jogos de futebol da Liga de Campeões por cerca de 18 milhões de euros.
“O CA da RTP tem conhecimento de que o concurso para a Champions League está ainda a decorrer”, refere a administração, em comunicado.
“Estranha-se (...) que sob forma anónima seja atribuída uma suposta vitória da RTP, com valores que nada têm a ver com os constantes da nossa proposta (…)”, adiantaram os responsáveis da estação televisiva.
@Lusa
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