“O futuro da RTP nos Açores está assegurado. Já está na proposta do contrato de concessão de serviço público de rádio e de televisão. O que está em aberto é o modelo concreto através do qual se irá concretizar esse serviço público aqui nos Açores e a existência de um centro regional. É isto o que está em aberto”, disse Miguel Poiares Maduro.

O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional falava, em Ponta Delgada, após uma audiência com o presidente do Governo dos Açores, salientando que os aspetos “fundamentais” que “preocupam” o executivo regional “seguramente serão atendidos no âmbito da procura de uma solução que é orientada por um objetivo comum” do “reconhecimento do papel muito importante que o serviço público de televisão tem nos Açores e que tem de ser salvaguardado e até promovido".

Quanto ao modelo para o futuro, o ministro frisou que na sequência da visita a São Miguel “irá ser concluída a análise destas diferentes alternativas” em estudo. Esta visita, disse, "irá servir para aprofundar e conhecer melhor a realidade".

“A escolha do modelo terá sempre a participação do Governo Regional, com quem conversaremos e dialogaremos sobre esta matéria”, afirmou Miguel Poiares Maduro, acrescentando que se pretende também fazer esta escolha com o conselho geral independente da RTP.

Questionado sobre se algum desses modelos poderá implicar redução de pessoal, Miguel Poiares Maduro declarou que não se ia pronunciar sobre "questões concretas da administração" da empresa.

"Mas não vou esconder isto – que, olhando para a estrutura de custos, se vê um peso dos recursos humanos que é excessivo por comparação, por exemplo, com o investimento em grelha. Provavelmente terá de haver aí, como no resto da RTP, um ajustamento em termos de custos dos recursos humanos, mas competirá à administração escolher o mecanismo correto de acordo com o modelo que vier a ser adotado", referiu.

O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, frisou que no caso da RTP e da RDP o executivo açoriano “não está fechado em nenhuma solução concreta”, mas "disponível para analisar qualquer solução" que sirva aqueles que são os objetivos principais.

Entre esses objetivos, o presidente do executivo açoriano, Vasco Cordeiro assinalou a questão do "contributo muito significativo do serviço público de rádio e televisão para a identidade regional, de projetar a região e o país junto das comunidades de emigrantes, nomeadamente nos EUA e Canadá" e a necessidade de estar salvaguardada a questão de “ter nos Açores um centro de decisão".

“E isto não por uma questão de capricho, mas pelo histórico deste processo e o facto de ele demonstrar que uma outra solução que não essa não é capaz de aproveitar o potencial que a RTP/Açores apresenta”, sustentou o presidente do Governo Regional, considerando que “ao fim de algumas décadas de funcionamento do serviço público de rádio e televisão nos Açores as coisas, como estão, não podem continuar a vários níveis".

Para Vasco Cordeiro, é necessário encontrar uma solução que possa servir de forma efetiva os objetivos traçados, nomeadamente “a realização de todo o potencial que o serviço público de rádio e televisão tem nos Açores”, aos níveis interno e externo, e permitir que haja nos Açores um centro de decisão que permita “evitar as falhas e erros que foram cometidos no passado".

@Lusa