O Conselho Geral Independente (CGI) reconduziu Gonçalo Reis na presidência da RTP e os restantes dois membros, Nuno Artur Silva e Cristina Vaz Tomé, cessam funções, segundo um comunicado divulgado hoje.
Segundo o Expresso, Nuno Artur Silva, administrador com o pelouro dos conteúdos do canal, não vai cumprir um novo mandato por ser "incompatível com a irresolução do conflito de interesses entre a sua posição na empresa e os seus interesses patrimoniais privados, cuja manutenção não é aceitável, não obstante o CGI, no âmbito das suas funções de supervisão e fiscalização, não ter verificado que isso tenha sido lesivo da empresa, no decurso do seu mandato", avança a Conselho Geral Independente.
Apesar de ter abdicado dos cargos na Produções Fictícias e Canal Q em 2015, Nuno Artur Silva não se desfez ainda das participações que detinha nas empresa, explica o semanário. O caso suscitou várias críticas, nomeadamente da Comissão de Trabalhadores da RTP.
Cristina Tomé, administradora com o pelouro financeiro, também vai abandonar o cargo. O atual Conselho de Administração da RTP, liderado por Gonçalo Reis, termina o mandato em fevereiro.
PSD questionou Governo sobre alegado conflito de interesses na RTP
Na semana passada, o PSD questionou o Governo sobre o alegado conflito de interesses de administradores da RTP com empresas que são clientes da televisão estatal, denunciado pela Comissão de Trabalhadores.
Numa pergunta enviada ao Ministério da Cultura, através do parlamento, os sociais-democratas questionam se é possível existirem “situações de natureza concorrencial” que possam “indiciar conflito de interesses” e levantam dúvidas sobre as opções da administração.
O PSD cita um comunicado da CT da RTP que levanta três situações de alegado conflito com Nuno Artur Silva, administrador e proprietário da empresa “Produções Fictícias”, e Daniel Deusdado, diretor de programação que, à data da nomeação, era dono da empresa Farol de Ideias.
Outra das questões relaciona-se com o ator Virgílio Castelo, consultor da RTP para a ficção, que dá pareceres sobre projetos em que participa como ator.
Se for verdade o que a CT afirma, conclui o PSD, é “uma violação ao princípio de isenção e de transparência” da administração de uma empresa pública.
Os sociais-democratas questionam também se são verdadeiras as afirmações da CT de que na RTP “vive-se um caos interno”, causado por uma “gestão sem controlo, sem rumo e em desespero”.
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