Na emissão do passado dia 26 de outubro da rubrica "5.ª Coluna", do "Jornal Nacional", da TVI, Miguel Sousa Tavares falou sobre a eleição de Marina Machete, mulher trans, como Miss Portugal. Os comentários tornaram-se virais nas redes sociais e foram considerados transfóbicos por vários espectadores.
Esta quinta-feira, dia 3 de novembro, durante a rubrica no espaço de informação da TVI, Sandra Felgueiras questionou o comentador sobre a polémica. "Não tenho nada a acrescentar, nem a retirar. Mas já que insistes - como sabes, não sigo redes sociais, não conheço de perto a reação... mas também seria hipócrita se dissesse que tenho um desconhecimento total de quais foram as reações", começou por frisar.
"Aquilo que eu disse, fundamentalmente, foram duas coisas: uma, que não acho legítimo que um transexual concorra a um concurso de beleza feminino, como não acho legítimo que concorra a provas desportivas femininas porque vicia as regras do jogo, é batota. Da mesma maneira que se alguém quiser escrever um romance recorrendo à Inteligência Artificial, e peça ao ChatGPT que escreva em três dias um romance de 500 páginas, e a seguir concorre a um concurso literário com alguém que, recorrendo ao seu talento, imaginação, investigação e em três anos de trabalho escreve um outro romance... que não acho legítimo, há regras de jogo para tudo", acrescentou Miguel Sousa Tavares.
"Depois disso, outra coisa: que não acreditava que não houvesse concorrentes mais bonitas a concurso e que, portanto, acreditava que ela tinha ganho não por ser a mais bonita, mas por ser transexual... isso é que é uma coisa mais ampla e mais grave. Não ponho em causa de maneira nenhuma que as minorias devam ser protegidas e sempre o fiz", sublinhou.
Na rubrica, Miguel Sousa Tavares frisou que foi "publicamente a primeira pessoa a defender na TVI (...) os casamentos homossexuais, muito antes de ser aprovado por lei na Assembleia". "Protejo o direito a cada um de ter a sua orientação sexual”, acrescentou.
"Não nos devemos vergar a uma espécie de tendência que se não for enfrentada acaba em ditadura das minorias sobre as maiorias", rematou.
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