Reed Hastings, que também é cofundador da empresa, falava à Lusa no dia em que o serviço chega a Portugal.

Com o arranque do serviço no mercado português, "as nossas expectativas são de que nos próximos anos cerca de um terço dos lares portugueses se tenham juntado ao Netflix", afirmou o presidente executivo. Uma meta que, admite, "é muito ambiciosa".

No entanto, recordou que nos Estados Unidos a empresa levou "sete anos para atingir um terço na Europa", acrescentando que em outros mercados europeus a Netflix está a seguir o mesmo trilho. "Provavelmente dentro de sete anos" a empresa atingirá a meta de um terço em Portugal, considerou.

Relativamente a dados sobre o primeiro ano de atividade em Portugal, Reed Hastings sublinhou que nesta fase não há "números específicos". "No primeiro ano focamo-nos na felicidade", disse, salientando que o mais importante é "criar uma forte reputação" em Portugal.

O serviço Netflix, que hoje arranca em Portugal, conta com a parceria da Vodafone Portugal.

"Temos uma relação com a Vodafone em muitos países: na Alemanha, no Reino Unido, em Espanha" através das empresas locais, afirmou, pelo que esta parceria veio naturalmente.

No entanto, nem sempre a relação do serviço Netflix com os operadores de telecomunicações foi pacífica. Questionado sobre a relação atual com estes operadores, Reed Hastings disse que "na generalidade" é boa.

Mas, "depende: algumas operadoras de telecomunicações não gostam da Netflix porque tem muitos dados [informação], outros gostam por isso, mas não interessa muito. O que interessa é que o cliente adora os nossos programas", salientou.

Questionado sobre se está em conversações com os outros dois operadores NOS e MEO, Reed Hastings afirmou estarem a falar com estes e outros operadores de telecomunicações.

"O importante é que o cliente goste dos conteúdos", além de que "é importante que a internet funcione" em qualquer plataforma, sublinhou. "Os nossos serviços funcionam bem na internet, portanto não há uma parceria especial" com os operadores, acrescentou.

Relativamente ao centro de atendimento ('call center') da Netflix em Portugal, o cofundador do serviço considerado líder mundial de televisão por internet explicou que a empresa tem vindo a usar as instalações da portuguesa Teleperformance "nos últimos dois a três anos".

"Temos tido muito sucesso, agora temos algumas centenas" de colaboradores que trabalham na Teleperformance para atender as chamadas do serviço Netflix na Europa.

Questionado sobre investimentos, o presidente executivo não avançou números. "O nosso maior investimento, agora, é através da Teleperformance, pelo facto do nosso 'call center' europeu estar aqui [em Lisboa]", disse.

Também Ted Sarandos, responsável pela área de conteúdos da Netflix, manifestou-se otimista quanto à adesão dos portugueses a este serviço.

"Temos boas expectativas", sublinhou, destacando que "há uma grande cultura de filmes na televisão" por parte dos portugueses, bem como ao facto de gostarem de utilizar as últimas novidades tecnológicas e de passarem muito tempo na internet, o que é bom para a Netflix.

Os conteúdos originais da Netflix são "um importante fator para o sucesso", já que "nos distingue dos outros 'players'", afirmou. "Se gosta do programa, só passa na Netflix", disse.

Sobre se a Netflix poderá vir a ter conteúdos em português, Ted Sarandos explicou que são feitas análises sobre aquilo que o público gosta nos vários mercados onde estão presentes e que essa reflexão poderá ser feita em relação a Portugal.

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