Zuraida Soares integrou o grupo de deputados da Comissão de Assuntos Parlamentares da Assembleia Legislativa dos Açores que na segunda-feira esteve em Lisboa para se reunir com Poiares Maduro, que tutela a comunicação social, por causa da RTP.

No encontro, onde participaram deputados de todos os partidos açorianos com assento no parlamento da região (PS, PSD, CDS, BE, PCP e PPM), ficou também a promessa de Poiares Maduro de visitar os Açores a 9 e 10 de dezembro, segundo disse a deputada à agência Lusa.

Zuraida Soares realçou a "boa notícia" avançada pelo ministro, que garantiu aos deputados açorianos que os centros regionais da RTP nos Açores e na Madeira continuarão a fazer parte das "obrigações de serviço público" audiovisual.

"A má notícia é que o senhor ministro quer manter os centros regionais da RTP tal como estão", disse Zuraida Soares, para quem a RTP/Açores "não poderá continuar tal como está, sob pena de vir a morrer", por falta de equipamentos, instalações e recursos humanos.

Zuraida Soares disse também discordar da intenção manifestada por Poiares Maduro de aplicar uma percentagem de cortes nos custos da RTP/Açores semelhante à que será aplicada no resto do país, recordando que a percentagem de investimentos no canal açoriano, nos últimos 10 anos, "também não foi idêntica ao resto do país".

Para a deputada, o Estado deve manter, a título excecional, as indemnizações compensatórias para a RTP/Açores. "Embora esteja já decidido o fim das indemnizações compensatórias para o serviço público de rádio e televisão em todo o país, a partir do início do próximo ano, o BE entende que a forma de garantir que a RTP/Açores terá os meios necessários para a sua ação e desenvolvimento, é a manutenção destas indemnizações para o canal regional", sustentou.

Zuraida Soares adiantou que o ministro não colocou de lado a proposta do BE, mas lamentou que Poiares Maduro tenha "dado a entender" que seriam os açorianos a "pagar" esse serviço. "É evidente que ninguém concorda com essa solução", disse a deputada do BE, considerando mesmo "inaceitáveis" as considerações do ministro sobre esta matéria.

@Lusa