O presidente da RTP, Gonçalo Reis, revelou que a RTP3 vai passar a ser distribuída, para já, nos Estados Unidos e depois na Europa e que o processo está a ser acompanhado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

O Conselho de Administração da RTP foi ouvido estar terça-feira, 26 de janeiro, na comissão parlamentar da Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito do Plano de Atividades, Investimento e Orçamento para este ano.

Durante a sua intervenção na comissão, Gonçalo Reis disse que a RTP iria lançar já a "RTP3 nos Estados Unidos e depois na Europa" e depois analisar o eventual interesse de outros mercados, justificando a distribuição deste canal naqueles mercados com um segmento de espetadores que procuram informação.

"Vamos distribuir a RTP Açores e Madeira nos Estados Unidos", onde "há comunidades portuguesas muito fortes", acrescentou.

"Os projetos estruturais [da RTP] são a continuação da estratégia atual, ou seja, internalização da produção, aposta na produção nacional, ficção séries, reforço da oferta global do internacional, lançamento do serviço da RTP3 e outros mercados, complementando a oferta tradicional da RTP Internacional e indo ao encontro dos públicos mais jovens, mais urbanos, que procuram atualidade e informação", disse o gestor aos jornalistas, à margem da audição parlamentar.

"A RTP Internacional vai beneficiar de uma série de novidades, vai ter novos programas. As comunidades também beneficiarão, principalmente as norte-americanas, da RTP Açores e RTP Madeira e do complemento da RTP3", acrescentou.

Gonçalo Reis sublinhou que a RTP3 não é um novo canal, trata-se apenas da distribuição do serviço para mercados internacionais, cujo "processo está a ser acompanhado junto da ERC, que tem de se pronunciar sobre isso".

O gestor adiantou que durante este ano haverá melhorias na rádio Antena 2, à semelhança do que aconteceu com a Antena 3 em 2015, além da aposta na televisão digital terrestre (TDT), que é "um desígnio" da RTP, além das apostas nos centros regionais dos Açores e da Madeira com equipamento tecnológico, melhoria das instalações e valorização dos recursos.

Em resposta a um comentário da presidente da comissão parlamentar da Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, Edite Estrela, Gonçalo Reis disse, durante a audição, que "a RTP África é um canal muito querido" da RPT e que, "obviamente", a estação pública irá associar-se aos 20 anos da criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"Estranhei que não fosse referido no Plano de Atividades os 20 anos da CPLP", tinha afirmado Edite Estrela, no início da audição, assumindo ser um "comentário provocatório".

Durante a audição, questionado sobre o atual modelo de governo da RTP, que conta com o Conselho Geral Independente (CGI) como órgão de fiscalização e supervisão do Conselho de Administração da empresa, Gonçalo Reis disse que este estava "de acordo com as melhores práticas", contribuindo para "a desgovernamentalização".

O Conselho Geral Independente "tem as atribuições adequadas" e é "dirigido por gente de alto gabarito", afirmou.