A cada episódio que passa vamos percebendo o quão sombrio consegue ser John, o nosso anti-herói. Com um episódio mais leve que o anterior, conseguimos perceber mais um pouco do passado de John e desvendamos um pouco mais da sua complexa personalidade.
O episódio começa com a chegada de um voo do Sudão… Nele vem um homem, visivelmente mal apresentado, e nota-se que algo não está bem. Dado o seu aparente nervosismo, é detido e levado para interrogatório. Por azar, o segurança de serviço abre um peculiar artefacto e solta um demónio muito poderoso, Mnemoth, que assume a forma de um enxame de insetos nojentos e que provoca uma fome incontrolável em todos os hospedeiros. A forma da possessão, e mesmo do demónio a abandonar é verdadeiramente nauseante!
Esse homem, Gary Lester, é assumidamente toxicodependente e vinha ter com John para que este destruísse o demónio. Foi na sua estranha viagem (já que Gary não sabe como chegou ao Sudão) que ele viu um rapaz com símbolos antigos gravados na sua pela e que continha o demónio em si. O problema é que o demónio anda à solta e já é notícia em alguns canais televisivos. Jonh ainda tentou conter o demónio, mas este era demasiado poderoso.
Sem alternativa, John visita o seu velho conhecido xamã Nommo… Numa viagem espiritual, ambos ficam a saber que a única maneira de matar Mnemoth é aprisionando-o num corpo humano e prendendo-o com os símbolos que Gary viu no rapaz que tinha o demónio em si. Sem tempo a perder, John e Gary vão roubar a única adaga kusa que há por perto, a única que pode talhar a prisão deste poderoso demónio da fome.
Já no teatro onde o Mnemoth está, Gary percebe que terá de ser o recetor do demónio e que John não foi verdadeiramente honesto consigo. Mesmo assim, voluntaria-se, o demónio possui-o e John talha-lhe os símbolos que conterão o demónio. Quando chegam a casa, Zed fica furiosa por John ter usado o seu amigo! Mas este afirma que ela tem de se habituar, pois todos os que o rodeiam acabam por morrer.
Temos então o demónio aprisionado em Gary, pois é… este terá uma morte lenta e agoniante. Apesar de tudo, John está ao seu lado, segurando-lhe a mão e com uma expressão de dor. Até Manny, o anjo, vem até junto deste leito de morte e ajoelha-se perante o moribundo.
O episódio terminou e vamos conhecendo alguns dos contornos em que a série se desenvolverá, todavia, Zed, Chad e Manny são personagens demasiado secundarizadas. Julgo que esta situação terá de mudar para que “Constantine” consiga ganhar alguma consistência na ligação entre os diferentes casos paranormais semanais. Apesar de gostar do que vejo, julgo que a série ainda não definiu totalmente a sua identidade, e isso comprova-se com a troca abrupta de Liv por Zed. Caso esta situação não seja resolvida nos próximos episódios, “Constantine” arrisca-se a que os fãs percam o interesse rapidamente.
Questões em análise:
A questão da ida de Astra para o inferno é mencionada várias vezes e vão sendo apresentados alguns pormenores em todos os episódios. Afinal John tinha um grupo consigo! Teremos algum episódio totalmente focado nesta história? Seria interessante conhecer este aspeto a fundo.
Zed, Chad e Manny estão demasiado secundarizados. Para quando o desenvolvimento destes personagens?
O quão sombria e oportunista é a personalidade de John? Não gostei do modo como ele usou Gary para dominar o demónio!
Afinal qual é o interesse de Manny? Apesar de algumas falas enigmáticas, é uma personagem completamente deslocada do enredo!
Nota: 8/10
Rui André Pereira
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