Entre a canção dos Duran Duran e os óculos de Grace Jones.
Estamos num dos restaurantes mais caros de Paris, em plena Torre Eiffel. O agente secreto 007 está sentado a uma mesa. E, ao mesmo tempo que uma encantadora de borboletas atua no palco, um homem é morto e um vulto de negro sai de cena... James Bond sai no seu encalce. E é quando sobe as escadas da torre, que o seu espaço se cruza com o de Nick Rhodes, o teclista, que tira fotos a uma modelo. Ali perto John Taylor usa uma pistola escondida num óculo. Andy Taylor, guitarrista, finge ser um cego que toca concertina. Roger, o baterista, monitoriza a ação numa carrinha e, adiante, o vocalista diz o seu nome: Le Bon, Simon Le Bon...
Estas são memórias do teledisco que em 1985 acompanhou o lançamento de
«A View To A Kill», o derradeiro filme do consulado
Roger Moore como 007. A presença da música dos Duran Duran é apenas um dos ganchos pop de um filme onde encontramos ainda
Grace Jones como uma das más da fita e
Christopher Walken como um (magnífico) vilão.
Sinais dos tempos, o filme cruza heranças clássicas da aristocracia Bond (um criador de cavalos com palácio francês) e escuta sinais de modernidade ao tomar a produção da indústria eletrónica como alvo a defender. É claramente um filme menor da série. Mas em nenhum outro vemos um par de óculos escuros como o que Grace Jones usa numa das cenas.
Nuno Galopim
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