Na sequência inicial desta aventura, estreada em 1967, o mais letal e sedutor dos agentes secretos acaba assassinado num quarto de hotel, será que o mundo vai sobreviver? Entretanto alguém anda a roubar naves espaciais americanas e russas levando o mundo à beira da guerra nuclear. Só um homem é capaz de repôr o equilíbrio das duas superpotências e trazer à luz o plano maquiavélico da sinistra SPECTRE, um sindicato do crime de escala global, mas esse homem está morto, ou não?
Esta quinta aventura do agente de Sua Majestade é apenas nominalmente inspirada no romance de Ian Fleming, de facto o argumento e a sua intriga são da autoria do famoso romancista Roald Dahl que criou aqui o primeiro Bond de grande escala, modelo que para o bem e para o mal viria a ser seguido pelos produtores nas décadas seguintes.
Como o primeiro 007 de escala quase épica – com uma base da SPECTRE escondida dentro de um vulcão e uma série de maravilhas tecnológicas dos anos 60,
«Só se Vive Duas Vezes» tem como cenário principal o Japão e uma das suas ilhas, mas o cocktail de exotismo, sofisticação, mulheres bonitas, pancadaria e tiroteio continuam a ser uma constante neste universo cada vez mais fantasioso.
O filme marca também a primeira aparição do arqui-inimigo de Bond, o sinistro homem do gato angorá branco, Ernst Stravo Blofeld, o líder da SPECTRE, que viria a inspirar o hilariante Dr. Evil, da série paródica Austin Powers.
Se até
«Thunderball», Bond se mantinha dentro dos limites do verosímil com este filme esses limites foram para sempre ultrapassados e o resultado catapultou a série para o domínio da fantasia, do grande espetáculo e de receitas progressivamente mais elevadas.
Rui Brazuna
Recorde também «007 - Agente Secreto»,
«007 - Ordem para Matar»,
«007 Contra Goldfinger» e
«007 - Operação Relâmpago»
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