A versão Disney em imagem real de "A Pequena Sereia" conquistou o primeiro lugar nas bilheteiras norte-americanas no seu fim de semana de estreia, incluindo o feriado do Memorial Day nos EUA desta segunda-feira.
A nova versão do filme de animação de 1989 sobre uma princesa subaquática que desiste da sua voz em busca do amor verdadeiro em terra, protagonizado pela cantora pop Halle Bailey e Melissa McCarthy, arrecadou 95,5 milhões de dólares nos primeiros três dias e 117,5 para os quatro dias, além de outros 68 milhões no mercado internacional e um total mundial de 185,5 milhões, segundo a analista da indústria Exhibitor Relations.
O novo filme ficou no patamar mais baixo das projeções e apesar do primeiro lugar, o analista David A. Gross apontou que a estreia da aventura aquática não representa o maior fim de semana de abertura para uma adaptação em imagem real da Disney, recordando que "O Rei Leão" de 2019 e "A Bela e o Monstro" de 2017 arrecadaram 191,8 milhões e 174,8 milhões, respetivamente, nos fins de semana de estreia (valores que não estão ajustados à inflação).
Já “Aladdin”, lançado no mesmo fim de semana festivo em 2019, arrancou com 91.6 milhões para os três dias e 116.8 para os quatro dias, valores de estreia que também seriam superiores aos de "A Pequena Sereia" se fossem atualizados à inflação. E com uma substancial diferença: conseguiu mais 123,2 milhões fora dos EUA, para um total global de 214.7 milhões.
Com o equivalente a apenas 68 milhões de dólares nas bilheteiras, um valor até abaixo dos 87 milhões do segundo fim de semana de "Velocidade Furiosa X", são agitadas as águas internacionais para "A Pequena Sereia" apesar do bom arranque nos EUA.
Com o Japão a ser o único mercado relevante onde não estreou, o novo filme da Disney está a ser principalmente prejudicado pela rejeição no mercado asiático, nomeadamente na China e Coreia do Sul, que foram importantes para o sucesso de "Aladdin".
Suportado pelas boas reações nos inquéritos ao público nos EUA, fontes da Disney mostraram-se confiantes que o seu filme poderá resistir às próximas estreias nos cinemas, a começar com a chegada no próximo fim de semana de "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso", mas é o mercado internacional que se mostra decisivo para o sucesso ou fracasso destas versões em imagem real da Disney: com um orçamento de 250 milhões sem contar com o marketing, estima-se que o estúdio precise de 750 milhões nas bilheteiras para conseguir lucros com o seu novo lançamento.
Em segundo lugar nas bilheteiras, "Velocidade Furiosa X" tem o problema oposto: grande sucesso no mercado internacional, mas a perder combustível a um ritmo alarmante nos EUA.
Ao segundo fim de semana, o novo filme da saga liderada por Vin Diesel perdeu 66% da sua estreia no mercado americano (67 milhões, um valor já de si baixo), ficando pelos 23 milhões para os três dias e 28,6 para o Memorial Day.
Apesar do sucesso no mercado internacional, as receitas também caíram 58% e a pior foi na China, um mercado que tem sido vital para o sucesso da saga.
Ao todo, o décimo filme passou os 500 milhões de dólares nas bilheteiras mundiais, normalmente um sinal positivo para uma grande produção de Hollywood. Mas com um orçamento de 340 milhões de dólares e que não inclui as despesas de marketing, parece cada vez menos provável que consiga chegar aos mil milhões que representariam o sucesso comercial.
Em terceiro lugar nos cinemas americanos ficou a produção da Disney-Marvel "Guardiões da Galáxia Volume 3", que continua a mostrar grande popularidade ao quarto fim de semana nos cinemas, com mais 20 milhões para os três dias e 25 para o Memorial Day. Os valores permitem passar os 300 milhões nos EUA e 725 a nível mundial, cada vez mais perto dos 863 do "volume 2".
Comprovado grande sucesso de bilheteira é mesmo “Super Mario Bros. O Filme”, ainda em quarto lugar ao oitavo fim de semana e que deverá chegar aos 558 milhões nas bilheteiras americanas e 1,27 mil milhões a nível mundial, ficando a apenas 8 milhões de passar "Frozen", de 2013 (embora as receitas destes filme não estejam ajustadas à inflação).
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