A bofetada que Will Smith deu a Chris Rock em plena cerimónia dos Óscares a 27 de março fez correr muita tinta.

Várias figuras públicas condenaram o que aconteceu, enquanto outras (menos) tiveram mais simpatia pela ação do ator.

Houve notícias de que vários projetos foram colocados em pausa ou cancelados, mas com exceção da decisão da Academia em bani-lo de todos os seus eventos durante dez anos, ninguém ligado aos estúdios reagiu "on the record" ao que aconteceu.

O primeiro a fazê-lo é Ron Meyer, que embora já não esteja no topo de Hollywood, é uma opinião de peso: esteve ligado à NBCUniversal durante 25 anos, até ser obrigado a demitir-se do cargo de vice-presidente em 2020, após admitir ter sido alvo de uma tentativa de chantagem e extorsão ligada a um caso extra-matrimonial.

"Essa é uma difícil. Conheço o Will há muitos, muitos anos. Conheço o Chris Rock há muitos anos. Admiro e gosto bastante dos dois", contou Meyer durante uma conversa sem tabus no podcast "OnTheRags", citado pela publicação Deadline.

"Sabem, foi uma coisa tão fora da personalidade do Will. Do meu ponto de vista, foi uma coisa estúpida de se fazer. Ele não o teria feito se o Mike Tyson estivesse no palco", acrescentou.

Apesar disso, Meyer prevê que o ator vai regressar e justificava-se o seu Óscar por "King Richard".

"Não merecia a ovação de pé. Mas acho que isso foi um ato bizarro espontâneo, e ele merece ficar de castigo durante algum tempo. Não merecia safar-se disso", explicou.

"Ele não fez nada que deva terminar a sua carreira. Ele não é o Harvey Weinstein. Não é. Simplesmente fez uma coisa estúpida", concluiu.