Celebrado por aclamados filmes de ativismo social como "Brisa de Mudança" (2006) e "Eu, Daniel Blake" (2016), premiados com a Palma de Ouro do Festival de Cannes, e "Os Dois Indomáveis" (1969), "Chuva de Pedras" (1993), "Terra e Liberdade" (1995), "A Canção de Carla" (1996), "O Meu Nome é Joe" (1998) e "À Procura de Eric" (2009), Ken Loach confirma chegou a altura da retirada artística.
Ao longo de 60 anos, o lendário cineasta não abriu mão do seu cinema militante, de esquerda, independente do período representado, com filmes que vão da Inglaterra contemporânea à guerra de independência da Irlanda, retratando os mais desfavorecidos e as lutas políticas pela melhoria das condições de vida.
Mas o anúncio ainda antes da antestreia mundial no festival de Cannes de 2023 de que "O Pub The Old Oak", que decorre numa cidade do norte da Inglaterra afetada por um longo processo de desindustrialização e que recebe um grupo de refugiados sírios, seria o seu último filme foi recebido com ceticismo no mundo do cinema: não era a primeira vez.
Mas passados dez meses e aos 87 anos, a intenção mantém-se.
"Em termos de saúde, acho que a ideia de entrar na corrida outra vez é provavelmente um passo longe demais. Só se para quando tem mesmo de ser e cheguei ao fim da linha", disse Loach à Variety a propósito da estreia de "O Pub The Old Oak" nos EUA.
No entanto, insiste que a atividade mediática para promover o filme não é uma digressão de despedida, deixando a promessa de manter o seu ativismo.
"Tento apenas pensar no futuro e não ser nostálgico. Não fazer filmes não significa que a ligação com os filmes, estudantes e pessoas que escrevem sobre filmes acabe de forma alguma. E tenho tido sorte, há muitas possibilidades de fazer coisas que são parecidas com trabalhar, mas não no mesmo nível de concentração e viagens”, indicou.
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