Brad Pitt fez mais pelas produções de cineastas negros do que Denzel Washinton e Will Smith, duas grandes estrelas com salários de milhões mas que não apoiam projetos da própria comunidade.
A crítica foi feita por Lena Waithe, estrela e argumentista da série "Master of None", exibida na Netflix, e criadora da série "The Chi", para o canal Showtime.
Numa entrevista ao jornal New York Times, Waithe disse que o seu último projeto para o cinema, o "thriller" "Queen & Slim", só avançou porque os estúdios de Hollywood estão a prestar atenção aos cineastas negros por causa dos sucessos de "Foge", de Jordan Peele, e ainda "Black Panther", e o facto de "Moonlight" ter ganho o Óscar de Melhor Filme.
Embora lamentando que a indústria ainda tenha muito para fazer em termos de diversidade, Lena Waithe reconhece que existe um "renascimento" do cinema negro, ainda que isso não aconteça graças a financiadores da própria comunidade.
"Quantos desses é que temos? Não vou dizer nomes porque tenho juízo, mas existem muitas grandes estrelas negras por aí e podiam pagar por dois ou três ou até cinco pequenos filmes independentes para serem feitos por realizadores e argumentistas negros", avançou.
A seguir, acabou mesmo por dizer nomes ao avançar que dois filmes muito importantes para a comunidade negra, "Moonlight" e "12 Anos Escravo", foram feitos pela produtora de Brad Pitt.
"Não foi o Denzel [Washington]. Não foi o Will Smith. Não me vão apanhar a fazer 20 milhões [de dólares] por filme e não financiar pelo menos quatro ou cinco filmes independentes por ano. Dou crédito à [realizadora] Ava [DuVernay] por tentar construir algo que não existia, mas é muita coisa para as costas dela", explicou.
E reforçou a crítica: "Estou aqui a tentar construir uma comunidade e não vejo outras pessoas a fazê-lo. Acredito realmente que existe uma maneira de mudarmos a indústria cinematográfica a partir de dentro, mas estamos todos nos nossos compartimentos a fazer as nossas coisas".
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