"Bright" é o primeiro filme de grande orçamento da Netflix, mas ao contrário das suas séries, esta aposta está a ser arrasada pelos críticos nos mesmos termos que qualquer "blockbuster" de Hollywood.

A história acompanha dois polícias de Los Angeles, interpretados por Will Smith e Joel Edgerton, numa patrulha noturna de rotina que irá alterar o futuro do mundo tal como o conhecem, um onde humanos, orcs, duendes e fadas convivem desde o início dos tempos.

Disponível desde esta sexta-feira (22) na Netflix, "Bright" tem um orçamento de 90 milhões de dólares e é considerado um sinal do que poderá ser o futuro deste e outros serviços de streaming semelhantes: entrar no "campeonato" dos "blockbusters" dominado pelos grandes estúdios de Hollywood.

E existe pelo menos já algo que é semelhante: as más críticas. Com apenas 27% delas positivas recolhidas no Rotten Tomatoes, o consenso é que nem mesmo uma grande estrela como Will Smith consegue salvá-lo, com muitos críticos a sentirem saudades de "Esquadrão Suicida" (2016), outro filme de David Ayer também com Smith.

"Parabéns, Netflix! Conseguiram fazer um filme de ação com pretensões de saga visualmente grotesco, terrivelmente aborrecido e irremediavelmente confuso tão bem como a estereotipada máquina de Hollywood! Se não for mais nada, 'Bright' é um gigantesco presente de Natal/Hanucá para os grandes estúdios. Mostra o gigante do streaming a falhar enquanto tenta replicar o chamado 'blockbuster' de Hollywood", escreve a Forbes.

"Temos imensa violência e ameaças coloridas e tiroteios confusos, mas sem grande significado. Por outras palavras, isto não é o 'Esquadrão Suicida' que os liberais querem", avança a Rolling Stone.

"O problema é que este mundo ricamente construído surge muitas vezes à custa das personagens... Will Smith está mais ou menos em piloto automático, a fazer o que toda a gente espera de um filme de ação de Will Smith por estes dias. De facto, se o nome 'Ward' não estivesse no uniforme da personagem de Smith teríamos simplesmente partido do princípio que estávamos a ver o Floyd Lawton de 'Esquadrão Suicida'", explica o Cinemablend.

"Surpreendentemente mau em praticamente todos os aspectos, 'Bright' partilha várias das falhas do filme anterior de Ayer, incluindo provas evidentes de esforços desesperados para tornar a sua mitologia mal explicada e de alguma forma super complicada em algo coerente", regista o The Wrap.

Talvez a crítica mais ácida seja a do IndieWire: 'Há o aborrecido, há o mau e depois há 'Bright', um filme tão profundamente mau que os republicanos vão provavelmente torná-lo lei durante a paragem de Natal [...] As cenas de ação obscurecidas e desleixadas de [David] Ayer parecem descontroladamente deslocadas num ecrã de cinema (são tão desinteressantes que quase esperamos que apareça o Punho de Ferro) e as cenas de diálogos obstruídos que as rodeiam tendem a repetir os mesmos pontos 'ad nauseam', como se tivessem sido escritas para satisfazer um adolescente que está dividido entre o filme que está a ver numa janela e a pornografia que está noutra."

Trailer "Bright".