O filme "Cartas da Guerra", de Ivo M. Ferreira, vai ser exibido este sábado no Museum of the Moving Image, em Nova Iorque, como parte do festival de cinema Panorama Europe.
"Cartas da Guerra", a terceira longa-metragem de Ivo M. Ferreira, baseia-se no livro de António Lobo Antunes "D'este viver aqui neste papel descripto", que reúne cartas que o autor escreveu à sua mulher quando, em 1971, foi incorporado no exército português para servir como médico em Angola.
"A combinação da arrebatadoramente bonita prosa de António Lobo Antunes com a deliciosa cinematografia a preto e branco proporciona uma requintada experiência estética", diz a organização do evento sobre o filme.
O filme foi rodado em Portugal e em Angola, com mais de 40 atores, entre os quais Miguel Nunes, no papel de António, e Margarida Vila-Nova, que representa Maria José, mulher do autor, e que é a leitora das cartas de amor, fio condutor de toda a narrativa do filme.
A longa-metragem fez parte da competição oficial do Festival de Cinema de Berlim, no ano passado, e foi o candidato de Portugal a uma nomeação para os Óscares (Estados Unidos), para os prémios Goya (Espanha) e para os prémios da Academia Europeia de Cinema.
Em março, a longa-metragem dominou os Prémios Sophia, da Academia Portuguesa de Cinema, ao arrecadar nove das 21 estatuetas entregues, entre as quais as de Melhor Filme e Melhor Realização.
O filme conquistou também, a 11 de dezembro, o galardão de melhor filme e de melhor argumento nos Prémios Áquila 2016, que distinguem as melhores produções portuguesas de cinema e televisão.
Segundo a organização, o festival Panorama Europe é "uma seleção vibrante dos melhores e mais fascinantes filmes feitos na Europa, nos nossos dias."
Na sua 9.ª edição, o festival acontece entre sexta-feira e 21 de maio e mostra uma seleção de 17 filmes europeus, desde comédias, a filmes de suspense e documentários.
"Os filmes deste ano são mais arriscados e vibrantes do que em anos passados, talvez refletindo as ansiedades e mudanças rápidas da realidade europeia. Apesar de a maioria dos países europeus estarem ancorados em história e tradição, o sentimento geral dos filmes é que a identidade nacional e pessoal está em discussão", diz o curador do festival, David Schwartz. "
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