O Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira vai exibir quatro filmes a cerca de 200 reclusos, no âmbito do projeto de reinserção social “Cinema na Prisão”, cuja segunda edição arranca dia 25 de abril.
“O objetivo do ciclo de cinema é atenuar o facto de estarem dentro de uma prisão. O cinema toca-lhes, porque é uma viagem pela liberdade”, explicou à Lusa o organizador do projeto, Manuel Vitorino, defendendo a ideia de que a Sétima Arte pode contribuir para a reinserção social dos reclusos.
A primeira longa-metragem - “Eu, Daniel Blake”, de Ken Loack, um filme de 2016 que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes - vai ser exibida às 15:00 do dia 25 de abril e aborda a luta pela dignidade da pessoa humana. Após a projeção da película está previsto um debate com os reclusos.
A iniciativa, apoiada pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, continua depois no dia 2 de maio com o filme “Adeus às Armas", de Franze Borzage (1957), cuja história é baseado numa obra de Ernest Hemingway.
O ciclo continua a 9 de maio com a película “A Sede do Mal” (1958), do realizador Orson Welles (1958) e termina dia 16 com “A Juventude”, de Paolo Sorrentino (2015).
“Os quatro filmes são todos rodados em contextos históricos e estéticos diferentes, mas todos eles estão imbuídos de sentimentos que têm a ver com a valorização da pessoa e dignidade humana”, explica o organizador, observando que o conceito do projeto Cinema na Prisão assenta na “cidadania”.
O cinema não só um "instrumento de lazer". É "fundamentalmente um modo de colocar as pessoas a pensar e a refletir sobre a sociedade em que vivemos", concluiu.
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